Temer o Pezão

O visível da Operação Catilinária é um ataque frontal a Eduardo Cunha e ao seu grupo e complementarmente ao  PMDB.
O que gerou a impressão geral de ser um ataque ao PMDB.

As suas principais lideranças foram alvo da operação.  Alguns conseguiram ficar fora, dessa fase, mas serão alcançados, com processos em andamento. Renan, Juca, Raupp e outros estão na alça da mira de Janot, o grande mentor e estrategista das operações. Aparentemente quem está fora do alcance é o Vice-Presidente da República, e Presidente do PMDB, Michel Temer. Mas tem um outro grupo que também ficou de fora.

Dentro do lema de ver o que não é mostrado, este blog enxerga outra conspiração. A derrubada das 
velhas lideranças do PMDB, para a emergência de uma facção, que já domina poderes e tem até um dos seus líderes, pré candidato à Presidência da República.


É hoje uma das sustentações do Governo.

Tem como líder visível o Governador Pezão. Como líder oculto o ex-Governador Sérgio Cabral Filho e como líder emergente o Prefeito das Olimpíadas de 2016. Aproveitará a visibilidade para se lançar como eventual candidato em 2018.

Esse grupo tem uma estratégia, percebível por algumas movimentações. Busca a manutenção da aliança com o PT para a sustentação da Presidente Dilma. Que seria mantida, mesmo com a eventual queda dela.

Tem dois objetivos de curto prazo: 1. derrubar Eduardo Cunha e eleger Leonardo Picciani, Presidente da Câmara, com apoio do PT e da base aliada da Presidente Dilma.  2. conquistar a maioria da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados

A médio prazo, conquistar a maioria da direção do partido, após a derrubada pela Operação Lava-Jato dos atuais líderes.

Em 2018, eleger Eduardo Paes, Presidente da República, numa chapa com o PT, na Vice-Presidência.

As ambições são elevadas. Nas circunstâncias atuais, os objetivos a curto prazo são viáveis. Mas dependem do sucesso em manter o mandato de Dilma. O que não depende deles. E envolve uma contradição.

Com a eventual queda de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara, aumenta o risco do impeachment de Presidente, em função do clamor das ruas. Os movimentos populares pelo impeachment estão inibidos pela presença de Eduardo Cunha. Muitos querem o impeachment  de Dilma, mas ficam temerosos com a possibilidade de Eduardo Cunha assumir a Presidência, dentro da sucessão prevista constitucionalmente. Se junto com Dilma,cai Temer, o que é possível, assume o Presidente da Câmara. Não sendo mais Cunha, o temor de vir o pior é afastado.

O grupo fluminense dos 3 pês (Pezão, Paes e Picciani) precisam derrotar Cunha para subir. 

De outra parte, eles não estão inteiramente imunes à Operação Lava-Jato, segundo algumas das delações premiadas.  

Eles tem a pretensão de serem os grandes protagonistas do cenário político dos próximos anos. 

São as novas lideranças que a sociedade brasileira está reivindicando. Mas, aparentemente, do mesmo saco das atuais.  

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