Que Revolução Industrial?

A indústria mundial vem se transformando sucessivamente e os especialistas buscam segmentá-las em número de revoluções ou sequência numérica. Cada qual enfatizando uma dimensão específica. Segundo eles estamos diante da 4ª Revolução Industrial ou da Indústria 4.0. Os chineses poderão dizer que estão na sua 40ª Revolução Industrial, começada muito antes da máquina a vapor.

As grandes mudanças na produção industrial decorreram de alterações nos insumos, na fonte energética, em processos de produção, nas tecnologias de informação aplicadas à produção e a geração de novos produtos.

A grande base da indústria ao longo do tempo e que se ajustou ao longo das revoluções industriais, mas manteve sempre importância essencial é a transformação de minérios sólidos em metais. Os produtos industriais metálicos ainda são os dominantes. Principalmente quando a importância industrial é medida em peso.

Uma grande transformação que foi a emergência dos produtos plásticos, concorrendo com os metálicos. Continua sendo a transformação de minério agora líquido e processados quimicamente para a geração de produtos concorrentes dos metais. 

A mudança mais importante foi a mudança do pepel desses produtos que de conteúdo passaram a ser continentes. A substituição da espada pelo revólver, como arma pode figurar essa transformação. A espada é uma arma em si, forjada diretamente do metal. O revólver com o seu continente metálico, usa uma bala igualmente metálica, mas o seu principal conteúdo é a pólvora.

A primeira revolução industrial é creditada ao vapor. O vapor como fonte de energia para o acionamento das máquinas. Proporcionou a produção em grandes quantidades, substituindo o trabalho artesanal. 

Embora mais visível pelas transformações da indústria têxtil a grande transformação foi a emergência da indústria metalúrgica. Trazendo novos produtos para a vida das pessoas, como os vários equipamentos domésticos.

A 2ª Revolução Industrial é predominantemente de processo, marcado pela linha de produção. Com a qual se multiplicou a escala de produção. 

O Brasil conseguiu se inserir nessa etapa da evolução da Industria.

A dita 3ª Revolução Industrial, com a elevada introdução da eletrônica, das tecnologias da informação e comunicação é precedida pela Indústria 2.5. 

São grandes transformações no processo produtivo, e na organização da produção, caracterizado como pós-fordismo, toyotismo, era da qualidade e outras denominações. Mas marcando a proeminância da produtividade como o principal elemento da indústria.

O foco da Indústria 2.5 foi o comportamento humano.

A maior parte dos produtos industriais consumidos no mundo é tradicional, "repaginada" sucessivamente introduzindo aperfeiçoamentos, mas com uma característica fundamental. Tornar-se cada vez mais baratos, através dos ganhos de produtividade.

A indústria brasileira praticamente estagnou permanecendo com uma indústria 2.0. Poucas indústrias nacionais introduziram as mudanças de processos geradoras de maior produtividade. Mesmo as multinacionais, demoraram ou nem introduziram as alterações, que foram "atropeladas" pela 3ª Revolução Industrial.

A 3ª Revolução Industrial é marcada por três grandes elementos: a larga utilização da eletrônica, a introdução das tecnologias de informação nos processos produtivos e a geração de novos produtos associando os elementos anteriores, entre os quais o computador pessoal e o telefone celular foram os produtos mais difundidos.

A Indústria 4.0 ainda não tem os elementos de uma grande transformação, de uma efetiva revolução. Os principais produtos industriais continuarão sendo os mesmos. A produtividade estará associada aos ganhos de escala. O carro autônomo continuará sendo um carro, produzido no conceito fordista os pós-fordista. O que muda não é o produto industrial, mas as tecnologias incorporadas. Os serviços.

Talvez a maior mudança seja a consolidação da composição final dos custos do produto industrial consumido pelo usuário. 30/70 ou 20/80. Parte menor de custo industrial e parte maior de serviços. O produto industrial passa ser apenas a ferramenta ou o suporte de um produto. 

O consumidor não compra um smartphone. O que ele vai gastar é com o uso dos aplicativos.

E o que vai acontecer com a indústria brasileira dentro dessas mudanças?

Os ganhos de produtividade obteníveis com a introdução das novas tecnologias serão suficientes para salvar a indústria existente?

E o que tentaremos responder nos próximos artigos.

 
 

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