De que lado estará o bigode?

No placar divulgado pelo jornal o Estado de São Paulo, sobre as intenções de voto dos Senadores, em relação ao impeachment de Dilma, chamam atenção dois votos considerados contra: Edson Lobão e João Alberto. Dois correligionários de José Sarney. Embora sem mandato e afastado ainda tem influência no Congresso, principalmente, junto ao Senado. Cuja Casa presidiu por muitos anos. 

Na Câmara dos Deputados, o Governo buscou o apoio do atual Governador do Maranhão, Flávio Dino, um declarado desafeto do clã Sarney e cujo objetivo político declarado é eliminar os resquícios de poder do clã, no Maranhão.

Chegou ao ponto de converter o voto do Vice-Presidente da Câmara, Waldir Maranhão, outro oponente recente da clã Sarney. 

Diante de toda essa ação do Governo apoiando os dizimadores do clã Sarney que ainda mantém dois Senadores, aquele contará com o apoio deles? 

Jamais será por conta de Dilma, mas ela ainda espera a interveniência de Lula, para manter Sarney a favor do Governo. Com o adiamento da eventual posse do ex-Presidente na Casa Civil, terá ele condições de cooptar - mais uma vez - o apoio de Sarney?

Um dado adicional com relação a Waldir Maranhão é que uma dos motivos da sua posição a favor do Governo pode ter sido uma promessa de lhe dar oportunidade de ocupar a Presidência da República, ainda que por horas. E poder chegar de avião presidencial à sua terra, como fez Paes de Andrade. 

A sequência de substituição do Presidente da República, em eventuais impedimentos ou viagens ao exterior, não é pessoal, mas institucional. Caso Eduardo Cunha seja afastado da Presidência da Câmara, assume o seu posto o Vice-Presidente, exatamente Waldir Maranhão. Neste posto passa ser o terceiro da lista de sucessão interina, podendo passar a ser o segundo no caso de impeachment de Dilma. 

Com o eventual afastamento de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara, não passará o lugar para Renan Calheiros, mas para Waldir Maranhão. 

Em, resumo, o movimento Fora Dilma, Fora Cunha, leva ao poder a chapa Michel Temer - Waldir Maranhão. Pelo menos até fevereiro de 2017.

A emenda será pior que o soneto. Triste a nossa sina. 

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