Geração de produto pelos fatores de produção

O produto econômico que, no conjunto global de um país, forma o Produto Interno Bruto (PÌB), é produzido por dois fatores principais de produção: o trabalho e o capital. Nos primórdios da análise econômica, se definia como trabalho e recursos naturais (ou terra). Com a industrialização e a financeirização, os recursos materiais (sejam naturais ou construidos) passaram a ser representados pelo capital financeiro. Com o qual se adquirem esses recursos para gerar a produção.
Mais recentemente emergiu um terceiro fator de produção, ainda pouco independente: o conhecimento. O conhecimento também pode ser tornado um ativo, mediante patentes, mas o conhecimento pessoal, o que cada indivíduo detém faz parte do seu ativo individual, sendo indissolúvel da pessoa e "não tem preço".

Uma primeira distinção é entre o trabalho humano sobre o bem natural, extraido ou produzido na natureza. Esse bem natural pode ser destinado para o consumo humano, ser transferido ou beneficiado como insumo industrial. Como tal
é caracterizado como  commodity. A partir dai o trabalho humano é caracterizado como industrial, se incorpora ao custo e ao valor do produto físico e requer uma grande participação do capital, na forma de instalações e equipamentos.

três combinações  básicas de produção:
  1. homem dentro de uma estrutura capitalista;
  2. homem com uso do capital como seu instrumento de trabalho;
  3. homem apenas com o seu conhecimento ou a sua força pessoal.
 A primeira combinação é a estruturada pela revolução industrial, embora já preexistisse, com a produção reunida numa unidade de produção, como uma fabrica, com um investidor capitalista, adquirindo e instalando os equipamentos e provendo os insumos e os trabalhadores, empregados dessa unidade, formatada como uma empresa.

Os empregados se mobilizaram, lutaram e conseguiram ao longo do tempo, conquistas em termos de remuneração, condições de trabalho e outras que foram institucionalizadas em leis nacionais. No Brasil foram reunidas originalmente na Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, com sucessivas complementações, todas no sentido de aumentar os benefícios e as garantias dos empregados.

As leis só não garantem que o trabalhador seja empregado ou permaneça no emprego, quando a empresa perde o seu capital, por sucessivos prejuízos.  A geração e manutenção de empregos depende do capital. O empregado não tem capacidade de gerar, por ele próprio, o emprego.

A alternativa do trabalhador para gerar trabalho remunerado independente, diverso de um emprego gerado pelo patrão é o trabalho por conta própria, seja como pessoa física, ou mediante a constituição de uma empresa individual. Quando a empresa aumenta de produção pode precisar de mais trabalhadores e o empresário deixa de ser individual, patrão de si mesmo, para se tornar também patrão de terceiros.

Este trabalhador por conta própria, poderá precisar de algum capital, para o exercício do seu trabalho, como o carro do vendedor, ou do associado ao Uber. Ou ainda um computador para o seu trabalho intelectual. O jardineiro, assim como o encanador/bombeiro precisará de algumas ferramentas próprias.  O pipoqueiro de rua precisará do seu carrinho e dinheiro para comprar o milho e o óleo. E todos eles querem ou precisam ter um telefone celular.

No terceiro caso, o homem (no sentido genérico, podendo ser do gênero masculino, feminino ou outro) produz, apenas com a sua força pessoal ou o seu conhecimento. Mesmo esses, no moderno mundo do trabalho não podem dispensar um computador (qualquer que seja o formato) e um telefone celular (atualmente um smartphone).

As produtividades

Os analistas econômicos assumem que a condição essencial para o crescimento econômico é o aumento da produtividade do homem, o que pode se estimado em diversos níveis:
  1. o dos trabalhadores empregado, para os quais existem dados estatísticos;
  2. o dos trabalhadores por conta própria, para os quais os dados são subestimados;
  3. o da população economicamente ativa, para os quais há dados genéricos;
  4. o da população em idade de trabalho.
No primeiro caso a produtividade depende mais do capital do que do trabalho. O capital reclama da baixa qualificação do trabalhador, mas isso só ocorre quando o capital investe em tecnologia, requerendo pessoas de maior qualificação. 


O mercado

Tanto o capital como o trabalho precisam de compradores, ou seja, de demanda para que a sua produção seja consumida e remunerada. 

Essa demanda poderá ser local, regional, nacional, continental ou mundial. As grandes empresas multinacionais buscam o mercado mundial e continental  e geram uma demanda interna derivada, ou seja, a que decorre da demanda dos seus fornecedores - dentro da cadeia produtiva - e dos trabalhadores. Isso atinge, principalmente, os mercados nacional e regional. O mercado local, fora as regiões metropolitanas dependem mais do seu próprio circuito econômico. O que dificulta a ruptura da condição de pobreza.


O crescimento econômico depende da velocidade do circuito econômico.

Mais ainda no processo de terciarização da economia, o que implica também no avanço da terceirização.

Com o enfraquecimento generalizado do mercado interno, com substancial redução da velocidade do circuito econômico, a retomada do crescimento dependerá de ser puxada pelas exportações ou por uma recuperação da velocidade ou intensidade.


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