Os suspeitos de sempre

                                                                                                       
Os dados aqui colocados ontem mostram uma estrutura da economia brasileira muito diferente de 50 anos atrás, mas as visões e discussões ainda estão baseadas numa economia dependente de commodities agrícolas.
O Brasil não é mais dependente das commodities, embora essas tenham um papel relevante, com grande influência sobre a participação da indústria na economia.
Com uma participação relativamente pequena na formação do PIB, a variação das cotações internacionais tem uma influência efetiva pequena sobre a evolução econômica, seja favorável, como desfavorável.
Mas a criação de versões sobre o papel das commodities dá a elas um papel mais relevante para responsabilizá-la pelos males do Brasil.
Nos momentos favoráveis, com os preços elevados, as commodities foram responsáveis pela "doença holandesa" que introduziu um virus que enfraqueceu a indústria brasileira de tal forma que mesmo com a mudança do mercado internadcional, ela não consegue se recuperar.
A exportação das commodities, principalmente agrícolas, gerou  superavits cambiais e permiru a cotação do câmbio em níveis baixos com ampla substituição da produção nacional por importações. 
A China comprava bilhões de toneladas de soja e minérios e inundava o Brasil com os seus produtos - mais baratos - tanto de bens de consumo como de máquinas e equipamentos.
A China reduziu substancialmente as compras, em todo o mundo, depreciou as cotações das commodities e o Brasil, apesar de exportar mais em volumes, obtém renda cambial menor. A consequência imediata, associada à retirada dos mecanismos de contenção, tem sido a elevação do câmbio. Mesmo assim a indústria brasileira não consegue se recuperar, mantendo um grande volume de importações de produtos industrializados.
Uma análise mais desagregada do perfil das importações indsutriais indica que a indústria brasileira não tem competitividade em produtos de alta tecnologia e onde a escala de produção é o principall fator de competitividade. 

A responsabilidade pela crise econômica atual não é da commodities.Aliás as agrícolas tem evitado uma crise maior. 

A maior responsabilidade está na opção brasileira de manter a sua indústria voltada para dentro, com escalas que eram grandes quando das instalações e se tornaram médias ou pequenas com a evolução mundial.

E essa opção foi agravada pelo "assalto" aos mega empreendimentos da cadeia produtiva do petróelo & gás, inviabilizando a principal alavanca do crescimento econômico.

Os culpados não são os suspeitos de sempre, embora a mídia, difunda essa falsa impressão. 






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