Bomba com muita fumaça e pouco fogo

O meio político está em polvorosa com a decisão do grupo Odebrecht aderir à dita delação premiada. 

O que o ex-presidente do grupo tem a contar é pouco, mas o que os seus executivos que eram os operadores dos contratos, tem muito. Muito a contar, envolvendo além de congressitas e autoridades federais, dezenas ou centenas de governadores e prefeitos.

A Odebrecht cresceu como construtora de obras pesadas, mediante um modelo de gestão descentralizada, em que os gerentes das obras tinham grande autonomia para gerir os contratos, estabelecer o relacionamento com os contratantes, incluindo as eventuais contribuições não contabilizadas. Para atender aos reclamos, pressões ou extorsões dos contratantes. 

O fato do esquema de corrupção ter origem nas extorsões por parte das autoridades contratantes pode explicar porque ele foi mantido, mesmo depois da prisão de Marcelo Odebrecht. Na prática, a empresa não tem medições aprovada, tampouco recebe se não pagar a contribuição combinada, que é liquidada a cada recebimento.

O que o grupo tarefa da Lava-Jato teria descoberto é que esse modelo tinha uma contabilidade paralela. Sofisticada, codificada, mas com registro das operações fora da contabilidade oficial.

Com os registros decodificados pela Polícia Federal, mediante as delações premiadas nomes de muitos políticos aparecerão.

Ontem foi divulgada uma lista, logo após recolhida, que só tem valor humorístico, mas causador de grande pânico no meio político. O que está sendo revelado são os codinomes usados pela empreiteira. Mas a lista não diz do que se trata.

A primeira de uma das listas é avião. Que seria o codinome da bela deputada comunista Manuela D'Avila. Com a indicação de 300,00.  Juntamente com o nome de José Fortunatti, com o mesmo valor.

O que significa isso? Valores em reais? Tão pouco assim? Tudo indica que são aportes para a campanha eleitoral para Prefeito.  Pelos nomes que estão na lista, referente as demais Prefeituras, foi de 2012. 

A Odebrecht foi ou deve ter sido a maior financiadora das campanhas eleitorais dos últimos anos. Há duas interpretações sobre a lista: é um orçamento com a indicação de quem a Odebrecht iria apoiar, com a indicação da unidade de negócio que deveria aportar os recursos. Ou o que foi concedido, no conceito "quem pediu levou". Passou o chapéu, ou o pires? A empreiteira não recusou, mas pingou apenas uma moedinha. Jovino Cândido, candidato a Prefeito de Guarulhos, pelo PV, teria recebido 1,00. Seria por mês? Um mensalinho?

A lista é apenas um "trailer", uma prévia de novas listas que vão emergir, com efeito bombástico muito maior. 

 

 

 



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