Embora eleito como Vice-Presidente na chapa liderada pelo PT, vem governando segundo orientação diametralmente oposta aos 12 anos dos governos petistas - descontado o primeiro anos em que Lula deu continuidade á politica econômica de FHC. A sua orientação econômica é liberal, pro-mercado, buscando a redução da participação e ingerência do Estado na economia.
Com uma diferença fundamental. Ele não é, nunca foi e parece não ter veleidade em ser gestor. Não está preocupado com as prestações de serviços pelo Estado, tampouco com a realização de obras. Isso tudo ele delega aos Ministros.
O seu foco, a sua prioridade são alterações legais. São as aprovações pelo Congresso das reformas estruturais reclamadas pelo 'mercado'.
Parte do seu perfil e experiencia como articulador e negociador parlamentar. E tem sido bem sucedido nesse mister, embora sem satisfazer o mercado e a sociedade.
O mercado tem sido radical e insaciável. Quer reformas amplas, profundas e não aceita as concessões que o Presidente negocia para a aprovação das medidas.
A oposição parlamentar e política, com apoio dos movimentos sociais, dos sindicatos - comandados pela CUT - e dos seus militantes, viúvas e órfãos dos governos petistas, tenta derrubar o Presidente Temer para brecar as reformas que está promovendo. Ele está tentando desmontar o Estado paternalista, organizado há séculos e que o PT ampliou e reforçou.
A sociedade esta insatisfeita com a crise econômica e social, refletida, principalmente, no alto e crescente desemprego e na falta de perspectiva de melhoria das condições de vida.
A esperança da oposição é que com o aumento da insatisfação e impaciencia a opinião publicada volte ás avenidas e pressione pela saída antecipada de Temer. Não interessa tanto por quem seja substituido. O que interessa é conter a onda liberalizante conduzida por Temer.
O que mais incomoda a oposição não é a suposta fraqueza e trapalhadas do Governo Temer. É o seu sucesso, conseguindo aprovar medidas impopulares, como a PEC do Teto, aumento da DRU e tanbém lei das estatais e de licitações, retirada de obrigatoriede de participação da Petrobras no pré-sal e outras medidas. E, nessa toada irá aprovar mini-reformas trabalhistas e previdenciárias. Poderá ainda aprovar as mini-refomas tributárias e política.
A efetiva privatização do mercado, significa 'reduzir o leite das tetas do Estado', com o qual muitas empresas privadas se acostumaram, sendo que algumas não sobreviverão sem os subsídios e proteções. Significa minimizar o volume de obras estatais que serviram de fonte para o maior esquema de corrupção organizado no mundo. Significa ainda retirar proteções legais de trabalhadores remetendo-os á negociações entre patrões e empregados.
Além da oposição política os grupos que irão perder beneficios estão temerosos.
Se Temer fica, como esses grupos vão agir no pós-Temer? Como as empresas vão enfrentar a concorrência e o jogo de mercado sem subsidios e proteções estatais? Como as empresas de engenharia vão ajustar as suas estratégias para sobreviver sem obras públicas. Como patrão e empregados, através dos seus sindicatos vão se posicionar para as negociações?
(cont)
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