Para a sociedade, para o contribuinte, para o usuário o que mais importa é a entrega de uma obra ou equipamento público para ser usufruido.
O projeto é percebido como um sonho. Uma antevisão do que ele vai poder usufruir. A construção a esperança de que o sonho está prestes a se realizar.
Mas o sonho, a esperança podem se esvair, com o atraso da obra ou a sua paralisação.
E a satisfação de uma boa contratação pelo menor preço, transformado na indignação pela multiplicação dos valores, pelos sucessivos aditivos contratuais.
Políticos continuam iludindo a sociedade, o contribuinte, o usuário de que contratar a obra o mais rápido, pelo menor preço é melhor. Na prática tem sido pior.
A Operação Lava Jato vem evidenciando que a pressa na contratação tem sido usada para o recebimento mais rápido das comissões. As principais comissões são recebidas na contratação e não na conclusão.
Para alguns gestores públicos - ora denunciados - o que importa é conseguir a contratação da obra e receber as comissões pertinentes. Depois "o problema não é mais dele".
Toda obra, uma vez pensada tem duas fases básicas: a do projeto e a da construção.
Na fase de projeto, a idéia da obra é detalhada, em sucessivas etapas, transformando-a em desenhos, cálculos, especificações de materiais, serviços e, principalmente: cronograma e orçamento.
Com a contratação da obra, com o projeto completo, o Gestor Público sabe o quanto irá gastar e quando poderá entregá-la para usufruto da sociedade.
O contratado, por sua vez sabe o que tem que fazer, sem sustos, sem imprevistos e quanto e quando vai receber.
Nos paises mais desenvolvidos o usual é gastar 2/3 ou metade do prazo para o projeto. E executar a obra em 1/3 do tempo.
Construir uma obra, sem surpresas é rápida. O que torna a sua execução demorada é a falta de planejamento, a falta de projeto.
Da mesma forma gasta-se até 30% do custo total com a fase de planejamento e projeto, mas os 70% são certos. E não sofrerarão reajustes e aditivos.
No Brasil quer se reduzir o tempo do projeto, acusando-o de atrasar a obra. E não gastar mais que 5% do custo previsto.
Na prática, o tempo do projeto se torna ínfimo, com os atrasos posteriores na execução da obra e o valor gasto também fica minimizado, diante das elevações dos preços finais.
E quando isso ocorre, tanto os Gestores Públicos como os executores não tem a menor vergonha em apontar o culpado: "a culpa é da falta de projeto ou de projeto mal feito".
Os Gestores Públicos continuam enganando os demais. Inclusive a eles próprios, achando que contratando a obra mais rapidamente e pelo menor preço estão prestando melhor serviço à sociedade.
A Operação Lava-Jato já comprovou a falsidade dessa idéia, mas o Juiz Sérgio Moro que a conduz, afirmou que é uma "voz no deserto".
Só não está sozinho. É acompanhado pelo setor de arquitetura e engenharia consultiva que é atropelado, nos prazos e na remuneração dos serviços e depois apontado como o culpado: pela demora na execução e na elevação dos preços.
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Apesaer de estar 100% certo, meu mestre queridi, nessa você carichou para defender os arquitetos e os engenharia consultiva,
ResponderExcluirbeijos