Por que o Brasil está fora do TPP?

O Brasil ficou fora do Acordo Trans-pacífico firmado por 12 paises, liderados pelos EUA e Japão. Não por estar no Pacífico, por omissão ou por incompetência, mas por opção deliberada. 
O Brasil recusa-se a estabelecer acordos com paises industrializados, por viés ideológico e usa o Mercosul com desculpa.

Na realidade, o Brasil por uma opção histórica, que passou por diversos governos, tanto de direita como de esquerda, voltou a sua industrialização para dentro, para o seu mercado interno. 
Exportação só de excedentes, que não sejam absorvidos pela demanda nacional.
Para  proteger a sua indústria o Governo mantém tarifas alfandegárias elevadas e restrições para tentar conter a invasão de industrializados dos países mais desenvolvidos. 
Se forem feitos acordos o Brasil teria que reduzir ou até abolir as tarifas, melhorando a competitividade dos produtos externos em relação aos brasileiros. O resultado seria um aumento de importações e uma pressão maior sobre as contas externas.
Provocaria fechamento de indústrias e desemprego.
Em contrapartida o Brasil poderia colocar os seus produtos nos demais países, porque também não teria a barreira de tarifas alfandegárias, assim como restrições tributárias e outras.

 Mas não tendo interesse em exportar o pais não se beneficiaria da redução ou eliminação das barreiras. 

Por essa visão unilateral ao Brasil só interessa acordos com países menos industrializados, cujo volume de produtos manufaturados afetaria pouco à produção nacional.  

A sociedade brasileira precisa escolher qual o modelo de participação que ela quer para a sua economia, no mundo.

Ela optou, nos anos cinquenta e sessenta por uma industrialização voltada para dentro e protegida. Nos anos oitenta e noventa optou por uma abertura - ainda que parcial - para as importações, para ter acesso aos bens modernos. Mesmo não exportando produtos industriais, isso foi viável por conta das exportações de commodities.

Agora entrou em crise, e precisa fazer uma clara opção. Não tem como sustentar as suas pretensões de economia desenvolvida, permanecendo fechada.

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