Uma economia de idosos

Assisti hoje a uma parte do Seminário Economia da Longevidade, promovida pela revista Brasileiros e senti um ambiente semelhante há anos atrás quando começou a emergir o movimento ambientalista.
Gente deslumbrada que está descobrindo a pólvora, querendo ver o lado positivo do envelhecimento das populações dos paises desenvolvidos e que ocorrerá também no Brasil.

Combatem o preconceito, mas mantém uma atitude preconceituosa. Não mais contra os "veios", mas contra os ainda não velhos. 

O que precisa ser considerado e refletido é que hoje é excepcional e admirado passará ser o normal, o trivial. 

Admirar-se hoje com a vovó que está nos whatsapp no futuro será considerado ultrapassado. Será absolutamente natural. Ainda mais que a vovó dos anos 2050 serão as adolescentes ou mocinhas de hoje. Que não largam o seu smartphone.

A reflexão que precisa ser feita é como será a economia quando os jovens de hoje estiverem na tal "terceira idade"? Sendo então a maioria da população, com muito menos filhos, netos e bisnetos, como hoje.
Como estará organizada a produção? E como será o consumo? Como será a rede social?


E com a necessidade de uma inversão: os atendimentos diferenciados que hoje são dos idosos terão que ser dos não idosos. A maioria dos caixas nos bancos, nos supermecados e outros terão que ser dos idosos e outros. Eles serão maioria. 

A gratuidade para idosos poderá "quebrar" determinadas atividades econômicas, pois eles serão maioria. Ou o peso para os não idosos poderá ser excessivo, afastando a demanda. Então: todos ficarão pobres, ou todos serão ricos?

Um cenário para reflexão não é de um bando de velhos doentes e alquebrados.

Um desenho é que os velhos, em 2050 estarão fazendo as mesmas coisas que fazem hoje, sendo jovens de 2015. Estudando, andando de bicicleta, dançando e curtindo nas baladas, tomando Coca-Cola, indo comer hamburguer no McDonalds, ou tomando café no Starbrucks e vendo as novelas da Globo. E trabalhando, na maior parte do tempo útil.

Um segundo cenário é que os seus padrões de consumo serão outros. Pelo menos em parte. Se voltarmos 35 anos atrás, portanto em 1980, a geração atual da "terceira ou melhor idade" tomava Coca-Cola e via as novelas da Globo. Não iam ao starbrucks porque ainda não havia chegado,e pouco andavam de bicicleta. Porque não era moda.

As mudanças decorreriam, de um lado, porque algumas marcas e produtos teriam sumido. De outro porque não teriam o mesmo vigor físico para determinadas atividades. A degradação física é inexorável com o tempo, embora haja todo um conjunto de medicamentos e medidas para retardá-la.

Sim, poderá haver um número maior de doentes, mas os cenários devem considerar a maioria sã, que terá uma "vida normal".

Um subcenário é que as mudanças decorreriam dos avanços ou mudanças tecnológicas. Os jovens de 1980 não dispunham ainda nem do telefone celular. Em 2050 os idosos poderão não estar mais usando o smartphone, porque este teria sido substituido por outro instrumento, que não sabemos hoje qual seria ou será.

Mas um cenário determinístico, além do provavel aumento demográfico de doentes (no sentido de sem saude, plena ou parcial) é a maior disponibilidade de tempo. Aumentará a participação relativa e o número absoluto de pessoas que não precisam trabalhar para obter renda e terão mais tempo disponível para o lazer, para o turismo e outras atividades típica da economia do lazer ou a economia do ócio. 

A economia do lazer poderá ser um dos maiores setores da economia, com uma importante participação na formação do PIB.

Como se organizar para esse novo mundo?



 








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