Tudo continua na mesma

Durante a semana o Governo fez um grande esforço para mudar os humores do ambiente o que conseguiu dentro do núcleo político gerando uma expectativa que isso esvaziaria as manifestações previstas e agora já efetivadas.

Embora não se esperasse que as manifestações deixassem de acontecer a torcida era de que fosse menor do que as de abril, consolidando uma curva descendente de protestos. Efetivamente foi menor do que as primeiras, que ocorreram em março, mas superiores à de abril. Com um objetivo principal muito claro: pedir a retirada de Dilma da Presidência. 

Esta inflexão das ruas evitou a esperada inflexão nos níveis de popularidade da Presidente, afastando o risco do impeachment que pareceu ter conseguido com uma semana de intensos "conchavos" políticos.

Eduardo Cunha que teria se enfraquecido com a pressão política, de todos os lados, esperou pela ruas e volta com a mesma força anterior. Nada ganhou, mas também não perdeu. E vai continuar criando problemas para o Governo, para tentar caracterizar que a inevitável denúncia de Janot contra ele no STF decorre de uma perseguição pessoal. 

Dilma, por enquanto, não perdeu mais, mas também não ganhou. Continua sob risco do impeachment. 

Quem mais perdeu foi Renan Calheiros e com ele Rodrigo Janot. O jogo inverteu, de novo, agora serão os deputados federais que irão pressionar os senadores. Estes esperavam melhorar as suas posições, dando apoio ao Governo, contando com o esvaziamento progressivo dos movimentos de rua. 

Se houve uma redução na quantidade total das grandes manifestações em São Paulo e outras grandes metrópoles, a disseminação das manifestações por diversas cidades, significa a contaminação dos eleitores dos congressistas com o "fora Dilma". 

Dos 91 senadores, apenas 27 não vão ter que enfrentar as urnas em 2018. Dois terços, ou sejam, 54 senadores terão que prestar contas aos seus eleitores, caso queiram ser reeleitos ou se concorrerem a cargos executivos.  Só Romero Jucá, senador por Roraima, teria escapado. Em Boa Vista não houve ou não foi computada qualquer manifestação.

Todos os demais viram uma parte importante do eleitorado a favor do "fora Dilma", confirmando as pesquisas. 

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