Fracasso anunciado

O processo de privatização das empresas de saneamento estaduais, lançado com grande alarde pelo Presidente Temer e pela então Presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, está "fazendo água", e vai acabar sendo suspenso em 2018, sem nenhuma efetivação.

Em primeiro lugar, porque há uma grande desinformação sobre a realidade do setor, marcada pela existência real de um enorme déficit de atendimento em saneamento. O que gera uma grande ilusão. Mas déficit não é igual à demanda.

A visão pública pode ter o objetivo de eliminar um tenebroso déficit social, que afeta a vida de milhões de brasileiros. A visão privada é de suprir uma demanda de forma rentável. O que significa, inicialmente, cobrar os serviços do usuário, para pelo menos cobrir os custos. 

Uma grande parte, se não a maioria da população sem atendimento por rede de esgotos, que reclama pelos serviços não está disposta a pagar pelos mesmos. Ainda que alguns não percebam que já estão pagando junto com a tarifa da água. Os que percebem reclamam e deixam de pagar pelo que não recebem.

Se tiverem que pagar vão deixar "como está", sem fazer as ligações domiciliares. Ou buscar outras soluções, como as fossas. 

Os políticos, no suposto atendimento, dos seus eleitores pressionam para que o Estado faça o atendimento, mas se opõe à privatização. Opõe-se à cobrança dos serviços. E privatização é associada a tarifa. Em termos populares, "cobrança de um pedágio". 

Só os desinformados ou tomados por ilusões, aderem ao processo. E não faltam os aproveitadores para "faturar", vendendo serviços que não vão resultar em nada prático.

Com a proximidade das eleições, serão poucos os políticos com coragem de defender as privatizações.

(cont)


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