Mas a sociedade tornou esse reservatório na maior latrina da região e na maior represa de águas poluidas, e tem que buscar água em outros mananciais, cada vez mais distantes. E como grande parte da água usada não evapora, não some vai para a represa, aumentando a sua poluição. Até que por vertedouros ou gerando energia, vai atender às necessidades hídricas da Baixada Santista, antes de seguir para o mar. Onde aumenta o volume de água salgada.
A água deve ser recirculada. Esse deveria ser o conceito básico da gestão hídrica. Mas não é.
Porque ao longo de muitos anos se desenvolveu a idéia de que o Brasil é abundante em água doce, tem as maiores reservas mundiais e jamais faltaria água para a sua população.
Não era preciso economizar, tampouco recircular, porque haveria água nova em abundância. Sempre.
Também não era essencial tratar os esgotos. A represa estava ai perto para receber e diluir os dejetos. Alimentado por diversos rios e córregos.
Por outro lado promoveu-se a ojeriza da população com a água reusada. Ainda que toda água distribuida à população seja previamente tratada. Na região metropolitana de São Paulo não há o suprimento de água natural, a menos do vendido em garrafas ou recipientes maiores.
As cidades que buscam água no Rio Tietê à jusante da Região Metropolitana, tem que tratar água usada, misturada com água natural (assim entendida a das chuvas).
Há tecnologias das mais simples às mais complexas para o tratamento da água. São de menor ou maior custo e, como no caso da água, diluíveis em função da escala. O que não problema na Região Metropolitana de São Paulo.
A questão da falta da água envolve duas grandes resistências:
- uma de natureza cultural, que produziu a rejeição da população das águas da Represa Billings;
- outra, de natureza mais grave, de natureza corporativa decorrente do monopólio dos serviços à SABESP.
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