O sistema de saúde brasileiro está em grave crise não conseguindo atender satisfatoriamente à demanda.
A Constituição Federal prevê a universalização do atendimento o que está longe de ser alcançada.
As enquetes pré-eleitorais com a população mostram que saúde é a principal preocupação dos eleitores.
O setor tem conseguido aumentar sucessivamente as verbas públicas, mas com resultados decepcionantes.
Com o congelamento das verbas, ocorrem duas reações: uma que prevê o colapso do sistema e a piora no atendimento. Por isso se opões à PEC 241. Outra a de que a crise é a oportunidade para uma reação, para uma restruturação e melhoria do atendimento.
A degradação continuada é o cenário mais provável, como consequência da inércia e das resistências. A reação depende de uma liderança capaz de levar o sistema à renovação.
No primeiro caso, como ocorre com os doentes, todo o esforço é para conter a sangria, o enfraquecimento dos órgãos de forma a evitar o colapso e a falência total. Envolverá gastos para prolongar uma sobrevida. Que poderá significar um longo tempo de sobrevivência em estado vegetativo.
No segundo caso, serão adotadas medidas que levem a uma ampla e profunda reestruturação. Essa sempre vai sacrificar atividades e pessoas. E elas vão se opor às mudanças.
O foco fundamental das ações deve ser o paciente. O usuário, no caso a população brasileira.
A partir dai a primeira visão deve ser o de ter e manter saúde. Se a população tiver saúde, não tiver doenças (ou com incidências menores) a necessidade de atendimento será menor.
Uma coisa é o custo com a saúde. Outra é com a doença. Há um entendimento corrente que o custo com a saúde será sempre menor do que com a doença. A atividade preventiva tem um custo menor do que a curativa. Embora essa assertiva tenha ampla aceitação, na realidade não é praticada.
A atividade preventiva é predominantemente pessoal, particular, privada e não do Estado. Porém para incentivar comportamentos individuais preventivos o Estado pode (e deve) promover campanhas educativas e outras ações que levem ou induzam as pessoas a comportamentos de cuidados preventivos com a saúde.
Aqui, como no geral, a dificuldade está em alcançar corações e mentes das pessoas, para obter mudanças de comportamentos. Ou a efetivação de comportamentos desejáveis.
Do ponto de vista da gestão, o foco deve ser o resultado. Esse mesmo deve ser qualificado. Uma coisa é o resultado intermediário que pode ser medido pelas mudanças de comportamento. Mas o resultado final é a melhoria da condição de saúde da população ou a menor incidência de prejuízos à saúde de cada pessoa. O que, no conjunto, caracteriza o estado de saúde da população.
Outra questão é a contaminação, a difusão de doenças.
(cont)
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