As quatro grandes dimensões do futuro imediato do Brasil

Decidido o afastamento da Presidente Dilma, com mais de 54 votos, o suficiente para o impedimento definitivo, o cenário do retorno dela à Presidência, seja pelo vencimento do prazo de 180 dias, seja pela absolvição no processo de impeachment, o Brasil viverá uma conjuntura com 4 dimensões principais, todas interligadas, mas com alguma autonomia.
A economia brasileira foi contaminada pela política, embora a participação direta do Estado na economia seja relativamente pequena. A economia é dominada pelo setor privado que consome, investe e produz. Mas o setor privado se acostumou a ficar na dependência das sinalizações das políticas e ações públicas.
A economia brasileira só vai retornar a sua trajetória de crescimento, com a reanimação do consumo. Essa reanimação vai implicar em maiores importações. A economia brasileira já formou um colchão de reservas cambiais o que vai lhe permtir esse aumento de consumo, com controle da inflação. 
O problema da economia brasileira é não ser contaminada pela dimensão política. Essa vai continuar em grande crise, paralisada, afetada pela dimensão judicial. As intervenções do Judiciário, seja a partir de Curitiba, seja nos Tribunais Superiores em Brasília, vão manter a política voltada inteiramente pelos processos contra a cúpula política. 
A Operação Lava-Jato terá um nova onda, com diversos suspeitos e indiciados, perdendo o foro privilegiado. Novas prisões, novas conduções coercitivas e novas delações deixarão a dimensão política em polvorosa e sem capacidade de decisão. Brasília será tomada com ameaça de cassação de mandatos de lideranças políticas, alvos preferenciais do Procurador Geral da República. Tornou-se o maior ativista "anti-corrupção", concorrendo, sem sucesso, com o midiático juiz Sérgio Moro.
A quarta dimensão é o das ruas, que terão uma fase de disseminada conflagração, mas refluirá - em curto prazo - às grandes capitais, com ações guerilheiras e pontuais. 
As crises setoriais continuarão. A continuidade ou não da crise dependerá do grau de contaminação da economia por essas crises, ainda que aquela não dependa dessas.  A contaminação é de natureza psicológica, cultural. Tem sido caracterizada como crise de confiança.
 

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