A divulgação retardada dos dados do PIB mantém o clima de pessimismo. Mas é preciso ver que os dados divulgados referem-se ao primeiro trimestre deste ano, ainda sob o Governo Dilma e já estamos no último mês do segundo trimestre.
Alguns indicadores do 2º semestre mostram, de um lado, a continuidade da crise interna, com o consumo das famílias ainda em queda e sem nenhum indício de melhoria por fatores internos, a menos da sonhada e esperada recuperação da confiança.
Porém o campo externo já apresenta sinais de inflexão, principalmente por parte da indústria automobilística. Aparentemente as multinacionais do setor resolveram ou estão implantando uma estratégia de maior destinação dos seus veículos produzidos no Brasil, para o mercado externo.
Isso explicaria uma pequena melhoria da produção industrial em abril.
Para retomada do crescimento, no entanto, é necessário que esse aumento de exportações e de produção se reflita no aumento de empregos e dos rendimentos. Para que através do aumento da massa salarial ocorra a reanimação do consumo das famílias.
A maior destinação de produtos das multinacionais para o exterior envolve ganhos de produtividade, o que significa, menor volume relativo de contratações, mas com rendimentos individuais maiores.
O elemento crítico está na cadeia produtiva, mais especificamente no setor de autopeças. Este tem predominância de empresas nacionais, ainda que haja a presença de grandes multinacionais. Tem produtividade menor e, aparentemente, perde para os importados.
O setor de autopeças emprega mais que as montadoras, mas a sua menor competitividade prejudica a sua maior inserção na cadeia produtiva.
A primeira questão que temos colocado aqui persistentemente parece que está encaminhada. As direções das multinacionais decidiram "exportar" mais, ainda que o principal destino adicional seria a Argentina.
Mas para efeito dos empregos e da dinamização da economia brasileira esse movimento precisa incorporar mais amplamente o setor brasileiro de autopeças, seja para o suprimento dos veículos exportados, como para exportações diretas.
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