Por que são poucos sindicalistas no Congresso? (3)

Mudanças no Marco Regulatório das Relações Trabalhistas

Através das leis do trabalho, consolidadas pela CLT e alterações posteriores e também inseridas na Constituição Federal, as relações de trabalho dependiam das leis. Novas leis ou alterações das existentes dependem do Congresso Nacional.

Uma bancada sindical ou, de forma mais ampla, uma bancada de trabalhadores, ou ainda uma bancada trabalhista, seriam importantes para assegurar aos trabalhadores condições mais favoráveis. Ou evitar a redução das conquistas anteriores.

Sem uma bancada trabalhista para barrar a reforma trabalhista, o Congresso aprovou a prevalência do acordado sobre o negociado.

Em razão disso as lideranças sindicais terão que se dedicar mais intensamente nas negociações com os empregadores.

A função legislativa perdeu algum espaço nas questões trabalhistas. Durante algum tempo as questões legais serão definidas pela Justiça, seja a do Trabalho, como do Supremo Tribunal Federal.

Dentro dessas circunstâncias, seria ainda importante ter uma bancada sindical? Para propor o que? Para defender o que?

Os grandes desafios dos trabalhadores celetistas

Os empregados celetistas enfrentam, atualmente, alguns desafios específicos da categoria, como:

  • risco de perda do emprego;
  • contenção dos reajustes salariais e dos benefícios;
  • necessidade de avanços nas condições de trabalho;
  • avanço da automação e robotização na substituição do trabalho humano;
  • outros.


Na perspectiva dos trabalhadores os seus interesses estão nos avanços nas conquistas, tanto econômicas como sociais, e no combate às ameaças. 

Para a conquista dos votos dos empregados da categoria o lider sindical candidato a deputado federal precisa, prioritariamente, atender aos interesses deles. Seja em questões gerais que afetam todos os trabalhadores/empregados, como questões específicas da categoria.

A sua mensagem junto ao seu público deverá ser o de posicionamentos, de proposições específicas e de comportamento. 

Cada pessoa, cada eleitor forma uma imagem do candidato e é a aceitação ou rejeição - tanto emocional como racional - que o leva a votar ou não no candidato.

O posicionamento está no discurso. E sempre tem um viés ideológico. Dentro do ambiente mundial atual, se situa no campo da esquerda. Cuja principal característica é o combate ao capitalismo e aos seus agentes. Seja mais suave (ou light) aceitando-o, mas criticando os seus desvios e distorções. Mais intenso defendendo outros regimes em substituição e mais radicais, seja pela sua negação, como atribuindo a ele todos os males do mundo. 

O posicionamento ganha adeptos e, eventualmente, votos daqueles que concordam com os mesmos. Toda a tradição marxista coloca os trabalhadores em luta contra o capital e os que concordam são potenciais eleitores. Mas ainda falta para que efetivem o voto. Essa condição seria um fator eliminatório, para rejeitar o candidato.

Por outro lado, um dado posicionamento ideológico coloca os não adeptos em oposição. Que pode ser silenciosa ou barulhenta.

A evolução econômica mundial tem levado a amainar o conflito capital-trabalho, saindo de uma relação de total beligerância, para o de negociação.

Se o posicionamento é apenas uma condição eliminatória, quais demais fatores serão decisivos para a conquista dos votos da categoria?

O segundo fator é o de proposições específicas dos trabalhadores. Já colocamos acima o que entendemos como os principais desafios dos trabalhadores.

O principal, do ponto de vista da atuação legislativa, estaria nas medidas legais que incentivam a inovação, a produtividade, sem a contrapartida de sustentação dos empregos ou trabalho.

(cont)




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