As soluções responsáveis para vencer a crise fiscal implicam em profunda reorganização do Estado, com substancial redução de gastos com o funcionalismo público e torná-lo mais eficiente para fazer "mais com menos". É a estratégia real, mas que serve de mote para os populistas.
Redução da burocracia, redução de gastos com o funcionalismo público, tanto ativo, como inativo, "reduz direitos" e conta com forte resistência. Tanto em Brasília, onde está o centro, como em grande parte dos municípios pequenos e médios, cuja principal fonte de renda e de emprego são as "repartições públicas" locais.
Mesmo com a redução das despesas públicas, não há muita margem para a redução da carga tributária geral.
A contribuição obrigatória para o Estado é desigual, segundo os segmentos da população. A contribuição não é proporcional à renda, conforme os melhores princípios das finanças públicas.
Os mais ricos contribuem proporcionalmente com muito menos dos que os menos ricos. E até os pobres contribuem proporcionalmente com mais impostos, apesar de individualmente representarem pouco. Mas por ser a maioria da população tem renda e alta transferência para o Estado, através dos impostos cobrados no consumo.
Mudar isso, também conta com ampla resistência, embora mais de natureza política do que eleitoral. Os ricos que pagam menos impostos são eleitoralmente poucos. E pouco ou nada pesam numa eleição nacional.
Anteriormente tinham uma força econômica, mediante o financiamento legal das campanhas. Além dos informais. Agora não há mais financiamento legal das empresas. A possibilidade informal está bastante cerceada. Seguirá, mas em ritmo e volumes menores.
Os mais ricos sempre utilizam a ameaça de sair do país, levando a sua riqueza. É uma ameaça supervalorizada, mas mais uma ameaça do que realidade de grande impacto.
Um candidato responsável do centro político teria que defender um Estado menor, ainda que mais eficiente, a redução ou eliminação de "direitos" de funcionários públicos e eliminação do loteamento político dos cargos públicos, tributar mais os ricos, eliminar os subsídios às empresas e outras medidas.
Essas não são eleitoralmente impopulares. Mas o são politicamente. São os potenciais afetados que difundem a idéia de que são impopulares. Atingem a públicos eleitoralmente pequenos. Mas afetam fortemente os agentes políticos.
São temas assumidos de forma populista pelas extremidades políticas, buscando o seu eleitorado próprio. A maioria, que comporia o centro eleitoral, tem baixa sensibilidade aqueles.
O que falta aos eventuais candidatos do centro político não é viabilidade eleitoral, mas coragem política de assumir as posições e correr o risco de não ter adesão política.
O que deixa espaço para "outsiders". Nem todos responsáveis.
(cont)
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