As primeira ondas do Tsunami


O maremoto gerador do tsunami já ocorreu com as assinaturas do acordo coletivo de colaboração premiada, pelo corpo executivo da Construtora Norberto Odebrecht e subsidiárias.
Para cada delação individual, há anexos, contendo ocorrências, fatos e nomes.
Esses dados tem vindo a público, mediante vazamentos.  
As ondas chegarão antecipadamente e quando for dada divulgação oficial será apenas a confirmação do que já será conhecido.
Ainda que as revelações não venham a público formalmente, são base para o aprofundamento de investigações por parte do Ministério Público e da Polícia Federal, podendo resultar em prisão daqueles que não tem foro privilegiado, por decisão do Juiz Sérgio Moro.
Essa perspectiva gera forte apreensão de todos aqueles que tiveram alguma relação, direta ou indireta, com executivos da Odebrecht.
A ampla atuação da Odebrecht em todo o território nacional, como no Exterior, envolvendo a relação com políticos e operadores irá abranger um enorme volume de pessoas, que terão a imagem pública arranhada.
Os que não tem visibilidade pública continuarão incógnitos, a menos de participação em vultosas operações:
Abaixo de R$ 10 milhões será “troco”.
Já os que tem maior visibilidade na mídia ou envolvidos em grandes operações, serão alvo de campanhas de exposição pública:
Os mais visados serão os integrantes da cúpula do Governo ou do Poder Legislativo.
Envolverão tanto o Governo Federal, como os Estaduais, as capitais e grandes cidades.

O grande envolvimento de políticos com a Odebrecht decorre do modelo de negócios, adotado pela mesma, baseada na:
Descentralização gerencial;
“generosidade” com os políticos.
Cada obra contratada era transformada em unidade de negócio e gerenciada como empresa independente, com os gerentes, coordenadores ou equivalentes, com autonomia para negociar aditivos, outras questões contratuais e até novos contratos.
Um dos elementos da gestão era a autonomia para acordar contribuições para campanhas eleitorais.
As contribuições não decorriam dos lucros normais do contrato, mas dos lucros adicionais obtidos por superfaturamentos ou pagamentos de despesas não realizadas.
O modelo idealizado e iniciado por Norberto Odebrecht foi ampliado e consolidado pelo seu filho Emilio Odebrecht.
Emílio sempre manteve boas relações com os Presidentes da República, inclusive FHC, como este mesmo conta nos seus registros dos Dias da Presidência, mas aprofundou o relacionamento com o Presidente Lula, viabilizando a decuplicação do seu faturamento, com grandes obras no país, como no Exterior.
As contribuições – quaisquer que fossem as modalidades – foram caracterizadas pela Força Tarefa da Lava Jato como “propinas”, adotadas como a denominação oficial e obrigatória e difundidas pela mídia.
Tudo virou “propina”. 

(cont)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...