As novas lideranças partidárias

As bombas Odebrecht e outras atingiram e continuarão alcançando as lideranças políticas. A maior parte do Congresso, principalmente na Câmara dos Deputados, passou incólume por esse ataque. Cerca de 90% da Câmara não está na lista de Fachin. Porque quando receberam os valores, o foram por redistribuição feita pelas lideranças. Poucos tiveram contacto direto com os mentores ora em colaboração premiada. A menos de ações regionais descentralizadas pelas empreiteiras.

Muitos dos deputados voltarão em 2019, eleitos por suas bases eleitorais e terão que ocupar o vazio deixado pelos líderes atuais, principalmente nos maiores partidos. 

Quem irá assumir as lideranças?

A nominação abaixo tem o sentido meramente exemplificativo para uma reflexão sobre o perfil das lideranças emergentes. Alguns dos citados não estão nas listas mais recentes, mas podem estar indiciados em outros inquéritos. 

O PMDB irá sofrer em 2018 uma desidratação, à semelhança do que ocorreu com o PT em 2016 e poderá perder a primazia das bancadas, tanto no Senado, como na Câmara dos Deputados. 

As suas lideranças mais visíveis são os novos Ministros do partido. Alguns dos quais tem poucas possibilidades de retorno, por estarem nas listas já divulgadas e outras que surgirão. Os mais novos são parentes ou afilhados de políticos tradicionais, como Helder Barbalho, filho de Jader Barbalho.  Leonardo Picciani, filho de Jorge Picciani, presidente da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro e principal mentor do PMDB no Estado, e envolvido em operações nebulosas, abrangendo também Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado. Max Beltrão é apadrinhado de Renan Calheiros. Baleia Rossi, atual líder do partido na Câmara é filho de Wagner Rossi, tradicional político paulista, com base eleitoral na região de Ribeirão Preto, ex deputado e ex-Ministro da Agricultura, ligado a Michel Temer. Jovem e promissor político, foi delatado como beneficiário do caso do superfaturamento da merenda escolar em São Paulo.

O PT está com uma orfandade nas lideranças nacionais, mas continua com algumas das suas lideranças na Câmara, por enquanto incólumes. José Guimarães, envolvido em episódios anteriores não está na lista da Fachin, mas poderá aparecer em novas listas. Luiz Marinho, depois de dois mandatos na Prefeitura de São Bernardo do Campo, apesar de não ter conseguido eleger o seu sucessor, poderá chegar à Câmara dos Deputados em 2019, com credenciais para assumir posições de liderança dentro do PT. 

Já Carlos Zarattini, atual líder do PT na Câmara apareceu na Lista de Fachin.
        
O PSDB poderá  ter Antonio Imbassahy e Carlos Sampaio, como as principais lideranças na Câmara e eventualmente do partido, ocupando o vazio que terá de ser deixado por Aécio Neves e José Serra. Deverão concorrer ou se integrar com o Senador Tasso Jereissati, por enquanto fora das listas. A ala de Alckmin é representado pelo deputado Sílvio Torres, que em 2014 só conseguiu uma suplência e corre o risco de não retornar em 2019. Já Bruno Covas, atual Vice-Prefeito de São Paulo, poderá assumir a Prefeitura, no caso de João Dória sair para disputas maiores. Mas é um candidato à liderança partidária. No grupo dos novos Floriano Pesaro é uma perspectiva. 
Bruno Araujo, de Pernambuco é o atual Minstro da Cidade.  Mas a menos de ser absolvido, corre o risco de não voltar à Câmara

O PRB está com o seu presidente comprometido. O PSD também. Mas esse tem a alternativa de Rogério Rosso, a menos que ele prefira disputar a governadoria do Distrito Federal. 

No campo governamental atual, o DEM tem como a principal liderança, Antonio Carlos Magalhães Neto, atual Prefeito de Salvador que poderá se envolver no pleito presidencial.

O PR tem como principal representante o deputado Maurício Quintela de Alagoas. Ele poderá concorrer ao Senado e desfalcar a bancada do PMDB na Câmara.
(cont)