Aceleração e frenagem do desenvolvimento

O resultado do PIB de 2017 indica que o desenvolvimento da economia brasileira foi acelerada pela agropecuária e freada pela construção civil.
Os economistas urbanos ainda resistem em aceitar que o novo motor da economia é o agronegócio, por ter base rural, mantendo os preconceitos contra o Jeca Tatu.
E mantém a expectativa da reindustrialização, com mais investimentos na capacidade produtiva industrial.
A contenção dos investimentos e da construção civil decorre da "falência" do Estado que perdeu  inteiramente a capacidade de investir, para poder manter o pagamento das suas despesas correntes. E agravada pelas paralizações promovidas pelas cruzadas contra as empreiteiras financiadoras da corrupção política.

A principal demora está na recuperação dos gastos familiares, tanto do consumo imediato, como dos investimentos.

O consumo de bens correntes já se recuperou, mas ainda não se forma sustentável. Mantém-se instável.
Já as aquisições de bens duráveis, incluindo os imóveis ainda estão em compasso de espera. Os gastos iniciais serão na reposição dos equipamentos domésticos e nos automóveis, cuja renovação foi adiada com a crise.

A principal diferença da recuperação atual com as anteriores é que os motivos da crise 2014-2016 foi a saturação do mercado interno, com a perda de eficácia dos mecanismos artificiais praticados pelos Governos para tentar sustentar a sua vitalidade. Gastaram mais do que podiam, mas apenas conseguiram fazê-lo sobreviver,

O mercado interno brasileiro, como está conformado atualmente, em fase de recuperação, mas ainda na UTI ou CTI, mantido por aparelhos, não terá condições de puxar o desenvolvimento econômico.

Isso só ocorrerá com a eventual incorporação de uma imensa população brasileira, estimada em cerca de 50 milhões de pessoas, com baixissimo poder aquisitivo, ao mercado de consumo. 

Foi com a incorporação de uma imensa população fora do mercado, ao mercado que a economia chinesa apresentou taxas de crescimento do seu PIB, perto de 10% ao ano. É dessa forma que a India vem crescendo a taxas em torno de 7% ao ano.

A receita está ai. A questão é como fazer, na prática. 

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