Por que são poucos sindicalistas no Congresso - a

Abandono da luta política ou ...

Com a eleição de Lula, um líder sindical, o movimento sindical teria achado que por ter alcançado o topo, poderiam parar a luta, para a conquista do poder. A etapa seria a de assumir o poder conquistado, o que muitos conseguiram, na forma de cargos públicos bem remunerados. E consequente "aparelhamento" do Estado e a criação de uma suposta "república sindical". Confundiu-se conquista do poder com captura de cargos e verbas.

Lula, com a sua base sindical, foi eleito deputado constitucionalista, em 1986, mas, na sequência, foi derrotado 3 vezes em disputas para a Presidência da República, até incorporar ao seu eleitorado o "lumpenproletariat", isto é, os trabalhadores por conta própria, sem carteira, sem a proteção da CLT e sem sindicato.
E o que acenou a eles foi uma esperança de melhor condições de vida e não apenas, nem principalmente, ter um trabalho com carteira. Conseguiu os votos deles, venceu as eleições e proporcionou a eles o bolsa família. Não a carteira de trabalho.

Com os votos dos empregados formais e adeptos conseguiu eleger uma pequena bancada, insuficiente para lhe dar suporte parlamentar e passou a negociar com os "300 picaretas". E, ao longo das 3 eleições subsequentes, o PT elegeu o Presidente da República, até aumentou a sua bancada parlamentar, mas não a bancada sindical. Dentro do partido que seria dos trabalhadores, nem todos os seus deputados são reconhecidos como da bancada sindical.

Os deputados dos antigos partidos trabalhistas (PDT e PTB) não estariam, segundo a classificação do Congresso em Foco, dentro da bancada sindical.

... perda de apoio do eleitorado

A redução da bancada sindical "pura" ou seja, de deputados federais eleitos pelos trabalhadores, indicaria uma perda de apoio desses, isto é, dos empregados com carteira que, até agora eram contribuintes obrigatórios dos sindicatos.

Os números da PNAD dão alguma indicação, mas insuficientes.

Até 2014, a última eleição presidencial e anterior à emergência da crise econômica - embora ela já estivesse instalada - o volume de trabalhadores com carteira aumentou e até teria ampliada a sua participação no conjunto. O crescimento maior do "mercado informal" vem ocorrendo recentemente agora com a retomada.

Mas a associação voluntária dos trabalhadores aos sindicatos é pequena ou ínfima. 

A maioria dos trabalhadores paga obrigatoriamente ao sindicato, mas não participa das atividades sindicais, tampouco das decisões de negociação.

Nas eleições gerais não vota nos seus lideres, mas em outros candidatos, mais próximos da sua vida cotidiana. Não do trabalho.

Tampouco seriam influenciados pelas lideranças sindicais quando indecisos em relação ao seu voto.

Supostamente, os trabalhadores não viram grande importância da atuação política sindical dentro do  Congresso.

O resultado foi a aprovação, com pouca ou nenhuma resistência dentro da Câmara dos Deputados, da chamada Reforma Trabalhista, que - entre outras questões - eliminou a obrigatoriedade da Contribuição Sindical. A resistência ao PL foi no Senado, onde os trabalhadores são representados pelo Senador Paulo Paim. Mas não foi suficiente. 

(cont)


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