A
sessão da Câmara dos Deputados de 17 de abril, mostrou que em torno de
uma só questão básica há diferentes visões e valorações.
A
essência que é ocorrência de indícios ou suspeita de prática de crime
de responsabilidade da Presidente, um processo judicial foi soterrada
por outras questões, algumas relacionadas com a questão principal,
outras não.
O PT e seus parceiros buscam distorcer o fator ético, colocando o "bandidão" do Eduardo Cunha contra a "honrada" Presidenta. Versão só aceita pelos partidários que não chegam a 120 deputados, mas conseguiram a adesão de um pequeno grupo do "anti-Cunha".
O
que prevaleceu foi uma disputa de poder, com o grupo a favor do
impeachment assumindo nitidamente a ponta e provocando o efeito mandada,
ainda que sem a "explosão da boiada".
O
Governo e o PT tentaram cooptar os supostos indecisos. Seja pela
tentativa de mobilização social, pela distribuição de cargos, como pela
atuação de Lula, diretamente junto aos deputados.
Aqueles
conversaram com os dois lados, mais para avaliar de que lado estava a
força, e votaram no lado vencedor. Queriam ou querem ser "amigos do
poder". Querem sempre ficar ao lado do poder. Alguns apostaram errado e
vão sofrer "os rigores da lei" reservada aos não amigos. Mas
provavelmente a punição principal será a não reeleição.
O
eleitorado, mesmo dos grotões, não tem dúvida quanto ao caráter de
Eduardo Cunha, mas também não acreditam que Dilma esteja inteiramente
isenta dos mal-feitos praticados pelos governos do PT.
A versão ética prevaleceu sobre a visão social.
A
maioria dos deputados envolvidos em "mal-feitos", alguns já indiciados,
outros não, adotou - cinicamente - um "voto anti-corrupção", na
expectativa de que não serão alcançados pelos jatos de Curitiba.
Aqueles
do baixo clero raciocinam prioritariamente com a perspectiva da
reeleição. Agora mais importante do que nunca. A sua expectativa é
manter o foro privilegiado e ficar no fim da fila. E que com isso não
chegue a vez dele. Se não forem reeleito, em 2019 estarão ao alcance do
juiz Sérgio Moro ou de qualquer outro juiz de Primeira Instância.
O risco é alto e precisa ir na onda do seu eleitorado e manter-se "amigo dos amigos do Rei".
Lula custou a perceber que é um rei destronado. E rei sem poder não tem como obter a adesão por expectativa de benefícios. Só tem a oferecer luta, na oposição.
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