A ilusão das avenidas

A opinião publicada saiu às ruas - em maior volume em São Paulo e no Rio de Janeiro - com a ideia de ser uma amostra significativa da opinião pública, não só nessas cidades, como de todo o Brasil.
Essa pretensão é sustentada, difundida e amplificada pela mídia, seja no noticiário, como pelos colunistas e editoriais dos jornais e revistas, integrantes, quase todos, de uma elite e da opinião publicada.
Assumem posições, defendem posições como se fossem a dona do Brasil. Apoiam algumas pessoas e execram outros. E torcem para que todos os políticos sucumbam ao "tsunami Odebrecht".

Se o povo das Avenidas Paulista, em São Paulo, Atlântica, no Rio de Janeiro e outras avenidas pelas capitais for efetivamente uma amostra do universo, todos os políticos que ele condena sucumbirá em 2018. Haveria uma renovação quase total, com a quase totalidade dos deputados não sendo reeleitos. No Senado, 1/3 ainda tem mandato de 8 anos, continuando no cargo, até 2022. Mas 2/3 seriam retirados do Senado, por não conseguirem se reeleger. Entre eles Renan Calheiros.

A questão que a opinião publicada precisa refletir e avaliar é se sua mobilização vai sensibilizar e influenciar os eleitores dos demais Estados, para não reeleger todos os políticos que "estão ai". 

Se não conseguir influenciar eles voltarão ao Congresso, de forma democrática "nos braços do povo". E Renan Calheiros voltará ao Senado, eleito pelo povo das alagoas. 

A outra questão é "republicana". Com a colaboração premiada da Odebrecht fica evidente que - paralelamente - ao sistema Odebrecht foi montado todo um sistema (ou esquema) de campanhas eleitorais, irrigando - principalmente - o PT e o PMDB. 

A campanha eleitoral de 2016, já sem grande parte dos recursos do "sistema empresarial" o PT sucumbiu, mas o PMDB manteve-se à tona. Como será em 2018?

A opinião publicada precisa "cair na real". 

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