A falsa renovação no Congresso

Em todas as eleições para o Congresso Nacional há uma mudança na composição dos deputados federais, acima de 50% o que caracterizaria uma permanente renovação. O que é falso: induzido por números globais, sem análise mais detalhada ou qualitativa.

Tomando como exemplo, a bancada capixaba, formada por dez deputados, em 2014, só 4 titulares foram reeleitos: Lelo Coimbra, Paulo Foletto, Dr Jorge Silva e Carlos Manato. E dois suplentes, Marcus Vicente e Max Filho, também, o que daria um índice de renovação de 60%.

Mas entre os novos estão Sérgio Vidigal que retorna ao Congresso e toma o lugar que deixou sua esposa Sueli Vidigal ocupando.

Iriny Lopes do PT Dilmista, mesmo com a eleição desta, em 2014, perdeu substância e ficou na primeira suplência da coligação PT-PDT, com apenas 43.858 votos, perdendo para os seus companheiros Helder Salomão e Givaldo Vieira. Helder foi o Prefeito de Cariacica e Givaldo, vice-governador.

A efetiva renovação pode ser apontada pela eleição de Evair Melo  pelo PV, um agrônomo, sem antecedentes eleitorais. 

A suposta renovação decorreu ainda da derrota de Camilo Cola e de outros eleitos em 2010, que não concorreram em 2014. Audifax Barcelos foi eleito Prefeito de Serra, em 2012, não concorrendo em 2014 a Câmara. César Colagno, foi eleito Vice-Governador na chapa de Paulo Hartung e Rose de Freitas, concorreu ao Senado, sendo vitoriosa. 

As categorias dos novos

Entre os novos que foram eleitos em 2014, ocupando o lugar dos não reeleitos, com base no exemplo anterior, podem ser caracterizados como:
  • suplentes promovidos;
  • políticos promovidos;
  • retornantes;
  • substitutos;
  • familiares;
  • novatos de fato
Suplentes promovidos são os que ficaram na suplência em 2010 - sendo que alguns assumiram o cargo na ausência do titular - e conseguiram se eleger como titulares em 2014. Marcus Vinicius e Max Filho são exemplos. Norma Ayub ficou na suplência, assumiu em 2017 e poderá ser reeleita.

Políticos promovidos são ex-prefeitos ou ex-deputados estaduais que buscam um patamar superior, não tentado anteriormente. Helder Salomão, ex-Prefeito de Cariacica, foi um caso típico, em 2014.

Retornantes são os que em 2010 não se candidataram por estar em outros cargos, como de Prefeito Municipal, Governador ou fizeram parte de chapa derrotada para as funções executivas e retornaram em 2014. Caso de Sérgio Vidigal. Em 2018, o seu adversário Audifax Barcelos, atual Prefeito de Serra, poderá voltar ao Congresso. César Colagno, atual Vice-Governador, caso não mantenha parceria com Paulo Hartung para a reeleição, poderia tentar retornar ao Congresso, em 2018.

Substitutos são os que emergem como candidatos no lugar de seu pai, avó ou lider politico de prestígio, por estarem impedidos pela "ficha limpa", outras restrições, ou por se candidatarem a outros cargos. No Espirito Santo, o casal Sérgio e Sueli Vidigal tem feito rodízio de candidaturas a deputado federal. César Colagno e Rose de Freitas não apresentaram, em 2014, substitutos nominados, mas partidários.

Familiares podem ser substitutos ou não. Norma Ayub, companheira de Teodorico Ferraço, patriarca da família, mas deputado estadual, seria o exemplo. 

Finalmente os novatos de fato são os que não tem antecedentes político-eleitorais, caracterizando uma efetiva renovação. Evair Melo, um técnico em agronomia em órgão público, defensor do meio-ambiente, eleito pelo PV seria o único caso no Espirito Santo.

Em termos quantitativos, seria uma renovação real de apenas 10%. Reeleitos representariam 40% e 50% seriam uma falsa renovação. 





Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...