4ª Revolução Industrial e Trabalho Humano (3)

Substituição do trabalho humano nos serviços bancários

Os caixas de banco são apontados como uma das profissões mais sujeitas à extinção com as novas tecnologias.

Na realidade as tecnologias já disponíveis poderiam eliminar grande parte dos caixas, mas a atividade persiste, em função da resistências dos clientes em deixar de ir às agências. 

A substituição poderá ocorrer de duas formas: a substituição do caixa humano por um robô humanoide ou a informatização de todas as transações bancárias, de tal forma que elimine a necessidade do cliente ir á boca do caixa do banco. Ou mesmo indo à agência, usar o caixa eletrônico e não o caixa tradicional.

As tecnologias já estão plenamente disponíveis. Mas ainda não são inteiramente seguras. O que gera insegurança aos usuários. 

Os procedimentos bancários não tiveram alterações substanciais. A tecnologia da informação, desenvolve uma capacidade elevada de processamento de operações e documentos com grande velocidade. Mas não são muito diferentes dos tradicionais. 

Como são os mesmos procedimentos tradicionais os "informatizados", os trabalhadores dispensados, como os caixas, não teriam outras atividades de nível equivalente para realizar. A menos daqueles promovidos a cargos de gerentes. Com o risco de que esses venham a ser substituidos por análises matemáticas e inteligência artificial. Eventualmente por robôs humanoides.

O mesmo ocorre com o analista de crédito, cuja atividade pode ser substituida por algorítimos e o big data. O risco de crédito de cada cliente seria determinado matematicamente.

Os caixas teriam que buscar novas atividades, em outros setores.

A princípio as tecnologias atuais já dispensariam os caixas humanos. As tecnologias mais avançadas - integrantes da 4ª Revolução Industrial - não ampliam, tampouco aceleram a substituição. Essas dependem mais dos clientes do que da tecnologia. 

O impacto sindical

No caso brasileiro em que os sindicatos são formados por categorias profissionais específicas, a redução do contingente de caixas, levando-os a buscar outros setores enfraqueceria o sindicato dos bancários. Onde então será concentrada a resistência à "modernização".


Substituição na construção civil

Na construção civil, principalmente na construção de imóveis, a substituição dos profissionais tradicionais (pedreiros, carpinteiro e outros) decorre de novos métodos construtivos e não da informatização ou aplicação da tecnologia da informação nas atividades tradicionais.

Não é o procedimento tradicional de assentamento tijolo a tijolo de uma parede que foi informatizado. A construção com painéis pré-fabricados elimina o procedimento tradicional. E com isso elimina a necessidade do pedreiro. E esse tem que reciclar as suas competências para exercer novas funções, dentro do mesmo objetivo anterior: erguer uma parede. 

O volume de trabalho humano será menor, mas ainda haverá oportunidades. E o eventual ganho de custos poderá resultar na ampliação da atividade gerando mais postos de trabalho.

Motoristas profissionais x carro autônomo

O carro autônomo é considerado uma das principais inovações da 4ª Revolução Industrial e sua difusão iria provocar uma enorme extinção de postos de trabalho de motoristas profissionais, sejam motoristas de caminhão, de ônibus urbanos e interurbanos, motoristas de taxi e outros.

O carro autônomo é uma inversão de importância do veículo automotor. Esse caminhou no sentido de ampliar a automação embarcada. Com a ampliação dessa o carro está virando um computador sobre rodas.

Ele vem sendo desenvolvido para liberar o motorista particular, mas está expandido para alcançar o motorista profissional.

Um primeiro grande obstáculo para a difusão do carro autônomo é o seu preço, comparado com o carro comum. Não seria um "carro de entrada", mas o "top de linha": muito mais caro e pouco acessível em função do seu preço.

Poderá se difundir nos principais centros mundiais, onde vive uma população mais rica, com recursos e desejos de modernidade para adquirir um carro autônomo. Ainda que a pessoa não seja a proprietária do veículo, utilizando-se dos serviços de transporte profissional, como os taxis ou particulares acessados por aplicativos, o seu valor será elevado. No Brasil, provavelmente, apenas São Paulo e Brasília teriam um mercado significativo  para a sua implantação. Em outras cidades poderão existir, mas em pequena escala. 

Mesmo considerando a possibilidade de que a tecnologia consiga reduzir os preços ao longo do tempo, como ocorreu com os celulares e computadores, o carro autônomo será um veículo terrestre, dependendo das vias para circular. Nas cidades terá que enfrentar a insuficiência das vias e os congestionamentos. Nas rodovias os buracos nos pavimentos e as estradas de terra, com as suas irregularidades, buracos e lamaçais.

Para reduzir os custos logísticos de carga, a alternativa não é o transporte rodoviário, com veículos autônomos, mas o transporte ferroviário. No rodoviário os caminhões poderão ser semi-autônomos, ajudando o trabalho do motorista ser menos penoso. Não o substituindo inteiramente.

No transporte coletivo urbano, o ônibus autônomo, poderá ter grande difusão, com diferença relativamente pequena em relação ao ônibus comum, com automação embarcada. Mas além do problema dos congestionamentos, terá que enfrentar o receio do usuário em entrar num ônibus sem motorista. E ainda o problema da superlotação e do freio de arrumação.

Já no transporte rodoviário interurbano, em trajetos apenas por rodovias pavimentadas e sem "espaços mortos" de internet, poderia ser mais viável, mas sem a dispensa total de um profissional. 










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