4º Revolução Industrial e Trabalho Humano (2)

Cadeia produtiva dos vestuários

A cadeia produtiva dos vestuários caminhou para um globalização móvel, na busca sucessiva de países com custos de trabalho menores. Esses custos menores foram obtidos, em muitos casos, pela exploração extrema dos trabalhadores, submetidos a condições de trabalho similar à escravidão.

Os polos produtivos com a extrema exploração do trabalho começaram no sudeste asiático, migrando para a China, depois para o VietNam e, mais recentemente, para Bangladesh. Na América do Sul, foram formados polos no Brasil, Peru e Bolívia, entre os mais conhecidos.

A ação sindical, denunciando os casos na OIT e pressionando os Governos nacionais, passou a conter essa prática, utilizando a arma do comprometimento da imagem dos produtores e redes de varejo. 

O modelo adotado pela Zara, de "fast fashion" de redução do tempo entre a concepção da peça (design e seleção de materiais) e a colocação da peça pronta na loja, obriga a uma produção local, ou próxima, para viabilizar um tempo menor de transporte a custos baixos. 

Portanto a indústria não pode buscar os locais com custo de trabalho menores se esses estiverem longe dos centros de consumo. Tampouco pode concentrar a produção em poucos locais do mundo para suprimento global.

Isso deverá reduzir a incidência do trabalho em condições similares à escravidão, mas poderá levar à maior substituição do trabalho humano pelo automatizado, seja pela automação industrial ou pelo uso de robôs humanoides.

Indústria automobilística

A indústria automobilística é um dos casos mais emblemáticos da indústria de montagem, com uma cadeia produtiva que tem como início o desenho do veículo, seguindo sucessivos passos até chegar à entrega do carro ao comprador. 

A Toyota revolucionou a industria automobilística ao criar a produção "on demand", isto é, a pedido do comprador e a redução do tempo entre a criação e a produção.

As tecnologias facultaram associar a produção em massa, com a "customização" da produção para atender o "on demand", mas os ajustes rápidos na linha de produção não resolvem o tempo de demora do transporte. 

Dessa forma, para atender ao "on demand" a produção precisa estar mais próxima do consumidor.

Por ser uma indústria de montagem, com a conjugação de inúmeras partes, a condição de associação entre a produção em massa, com grandes escalas e suprimento mundial, será da concentração da produção dos insumos básicos em poucos locais no mundo e montagem final local, com uma grande composição territorial da cadeia produtiva.

Assim, a produção de aço poderá ser concentrada globalmente, a produção de peças de uso comum e genéricas também poderão ser concentradas, mas em escala menor, dada a diversidade delas e as montagem finais descentralizadas.

Nas unidades centralizadas o nível de automação industrial deverá se elevada. Nas unidades descentralizadas, a permanência do trabalho humano será maior, mas com grande apoio das novas tecnologias. Em alguns casos poderá ser substituido por robos  humanoides, o que dependerá do fator custo e das idiossincrasias empresariais em relação aos custos trabalhistas.

A conjugação entre os procedimentos centralizados e descentralizados será promovida pelo big data e computação em nuvem, com a troca de informações imediatas entre as unidades.

Produções industriais "menores" 

Todo um conjunto de indústrias, assim como de produção agropecuária, voltada para o mercado interno, que trabalham com escala média ou pequena, demorarão mais para a introdução das novas tecnologias, em função do valor dos investimentos e custos operacionais.

As vantagens comparativas dessas indústrias seriam a proximidade com o mercado consumidor. Mas desde que envolvessem produtos com diferenciações ou especificações.

Os produtos de produção em massa, padronizados e estocáveis poderiam ser importados, e estocados, resolvendo o problema do tempo de transporte. 

Em síntese: produtos industriais - não diferenciados - produzido em massa, com especificações padronizadas, tenderão a ser centralizadas globalmente, em grande escala, com alta introdução de tecnologias que serão viabilizadas pela diluição do custo de capital.

O mesmo vale para a commodities, tanto agropecuárias, como semiindustriais.

Já os produtos industriais colocados sob demanda (on demand) tenderão à produção local, mas próximo aos consumidores. O nível de substituição do trabalho humano será menor, seja por razões técnicas, como econômicas. Sendo essas as principais.

Será necessário avaliar a participação relativa dessa indústria no mundo e, especificamente no Brasil.

A 4ª Revolução Industrial na Agropecuária

O Brasil é um grande produtor de matéria primas de origem natural, tanto mineral como vegetal. No campo vegetal produz matéria primas de natureza florestal, através do reflorestamento, o algodão, sisal e outras fibras para uso pelo setor têxtil e vestuário, e, principalmente, grãos e animais para consumo alimentar. 

O Brasil caminha para ser o "celeiro do mundo". Não deveria se limitar a tal, devendo buscar ser o "alimentador do mundo", com alimentos processados. 

O Brasil, como grande produtor de matérias primas para suprimento mundial, ou seja, mediante exportações, o faz com unidade produtivas de grande escala e amplo uso das tecnologias da 4ª Revolução Industrial. Desde o uso do bigdata para as previsões meteorológicas, às máquinas agrícolas comandadas por computador, sendo alguma já autônomas. Os processos de plantio, como de colheita seguem os conceitos da automação industrial.
Usa também a nanotecnologia para as pesquisas agronômicas. O plantio direto, sem a necessidade de remexer a terra, reduz a tradicional atividade agrícola. Todo esses procedimentos reduzem substancialmente a necessidade  do trabalho humano, substituido pelas máquinas e tecnologias.

A revolução 4.0 já chegou à agropecuária brasileira de exportação, com redução da quantidade de trabalho humano e mudança no perfil da qualificação. Uma das principais atividades relacionadas com essa agropecuária, em franco desenvolvimento está nas agrotechs, mobilizando profissionais de TI e outros, no desenvolvimento de aplicativos para a melhoria da produtividade agrícola. Os operadores das novas e caras máquinas precisam ser especialmente treinados e qualificados. Pouco a ver com os tradicionais peões.

Por outro lado a produção agropecuária para o consumo alimentar doméstico, ainda se baseia em pequenas propriedades, com produção familiar. Em algumas regiões envolve médias propriedades e organização de cooperativas.

A principal vantagem competitiva está nas proximidades dos centros de consumo, com baixo custo relativo do transporte. 

Em geral são produtos de baixo valor específico (R$ por peso) em que o preço pago pelo consumidor contempla mais os custos logísticos do que o do produto colhido no campo. E a esse se agrega o custo da comercialização. 

A produção agrícola é intensa em trabalho e os avanços tecnológicos, podem contribuir mais para os aumentos de produção, do que para uma redução de custos pela substituição da mão-de-obra por máquinas.

Devem ser distinguidas unidades produtivas familiares como etapa inicial de uma cadeia produtiva de alimentos processados, como é o caso da produção leiteira, das unidades que produzem alimentos que chegam diretos aos mercados, com pouco processamento. São os casos dos produtos hortícolas e outros comercializados "in natura". 

Tanto uma como outra envolvem grande volume de trabalho. Os produtores são os próprios trabalhadores e eles não tem interesse na sua substituição por máquinas. O que lhes interessa é poder produzir mais, com o auxílio da tecnologia. Ou tornar o seu trabalho menos penoso.


Duas questões fundamentais

Este seria um ponto fundamental dos avanços tecnológicos: o objetivo principal não deve ser a substituição do trabalho humano, pela tecnologia, mas torná-lo menos penoso. E com isso torná-lo mais produtivo, produzindo mais. 

Dentro dessa mesma visão, a 4ª Revolução Industrial deve buscar, pelos avanços tecnológicos, economizar o uso de bens não renováveis. 

Por exemplo, o caminho não será simplesmente o aumento da maquinização, com aumento do consumo de aço, mas o ganho de produtividade em relação ao insumo. Como produzir mais com menos uso do aço? Ou do aluminio? 

Como produzir eletrodomésticos com menos conteúdo de aço ou alumínio, substituindo-os por materiais renováveis, como as madeiras de reflorestamento, ou outras?

No campo dos vestuários, o mundo caminhou para a substituição de materiais naturais, como o algodão, a seda, a lã, por produtos sintéticos, a partir do petróleo, um bem não renovável.

Em vez dos avanços tecnológicos priorizarem a redução dos custos com os materiais sintéticos e com o trabalho humano, deveriam se orientar em proporcionar aos produtos naturais as mesmas qualidades, ou até melhores e redução dos custos. 

Isso envolve uma reestruturação do poder, dentro das cadeias produtivas. E poderia ser o principal foco das campanhas dos trabalhadores em relação à 4ª Revolução Industrial.

Os avanços tecnologicos vem sendo promovidos pela elite, como objetivo de atender às suas visões e interesses, onde o custo do trabalho é visto como um "vilão". E pauta a agenda dos trabalhadores, requerendo que esse se qualifiquem para as novas atribuições.

Embora isso seja necessário, as lideranças dos trabalhadores devem formular uma pauta própria para os avanços tecnológicos. 

A promoção dos avanços deve ter o sentido de tornar o trabalho humano menos penoso. Não a sua substituição. 
O uso do "exoesqueleto" na indústria automobilística seria uma exemplo dessa tecnologia. 




A 4ª Revolução Industrial nos Serviços

As mudanças estruturais do sistema produtivo mundial, tornaram a atividades industriais menos relevante, como gerador de empregos, e transformaram os setores dos serviços como o principal empregador ou gerador de trabalho.

De uma parte atividades industriais com agregação de serviços se transformaram em serviços, com suporte de produtos industriais. 

Uma coisa é a indústria automobilística ser produtora de automóveis vender o produto físico. Outra é a própria "montadora" oferecer serviços de movimentação - de pessoas ou cargas - com o uso dos seus automóveis. 

A maioria das pessoas não querem ser proprietários de automóveis mas ter facilidade de movimentação, com privacidade, conforto e segurança. 

O carro autônomo poderá atender a essas condições, sem que a pessoa tenha que comprar o veículo. Ela terá o serviço. 

A 4ª Revolução Industrial na Logística

Como nos referimos anteriormente, o custo logístico será um diferenciador fundamental da competitividade, uma vez que do valor que o consumidor final paga para ter qualquer bem, uma parte é para cobrir o custo logístico.

O custo logístico pode permitir que uma produção industrial, em pequena escala possa ser competitiva para o consumo local ou regional, em relação a produtos similares produzidos em larga escala, mas muito distantes. 

Porém essa produção industrial local, em pequena escala, pode perder a competitividade em função dos mesmos custos logísticos na compra dos insumos. E ainda ter que pagar mais caro pelos próprios insumos, em função da escala menor das compras.

O que precisa ser avaliado é como os avanços tecnológicos da 4ª Revolução Industrial irão impactar nas atividades logísticas, principalmente na questão dos custos e dos tempos de entrega. E como isso irá impactar o trabalho.

A Walmart tem sido a principal promotora de avanços tecnologicos na área de logística, para melhorar os custos, os tempos de entrega e a correção dessas (não entregar as coisas erradas, ou nos lugares errados).

No caso brasileiro o principal modo de transporte de cargas é o rodoviário, com ampla utilização do trabalho humano: o caminhoneiro. 

A substituição do modo rodoviário pelo ferroviário implicaria numa redução substancial do trabalho humano, medido pela relação volume do trabalho humano por tonelada-quilometro.

Para movimentar uma safra de grãos, da região centro-oeste para os portos, seria necessário muito menos caminhoneiros e poucos operadores ferroviários, caso houvesse a substituição do caminhão pela ferrovia. 

Os avanços tecnológicos teriam maior aplicação no transporte ferroviário do que no rodoviário. 

Mas neste último as tecnologias podem ajudar o caminheiro a ser mais produtivo e ter um trabalho menos penoso.

O bigdata pode facilitar a conjugação da oferta e da demanda, evitando ou reduzindo os percursos com o veículo vazio. 

O GPS pode evitar que o caminhoneiro fique em congestionamentos, alertando com a necessária antecedência a sua ocorrência. 

O caminhão autônomo poderia substituir o motorista, em parte ou totalmente. Se totalmente, eliminaria a necessidade do motorista. Se parcialmente, tornaria o trabalho do caminhoneiro menos penoso. 

A automação ajuda a colocação da carga dentro do caminhão, seja na ocupação do espaço, como na sua movimentação. A ocupação do espaço é orientado pela ordenação das entregas e dos recebimentos. São apoios para agilizar as entregas, tornando também o trabalho menos penoso. 

Mas o ganho de agilidade e produtividade pode resultar na necessidade menor de veículos e operadores, afetando o volume total de empregos.

Já nos armazéns (atualmente caracterizados como CDs - Centros de Distribuição) as tecnologias de automação logística, vem reduzindo substancialmente a necessidade do trabalho humano. 

Há grandes sistemas de movimentação dos materiais, inteiramente automatizados, com leitura de códigos de barra e direcionando os pacotes para os locais de armazenagem e destino certos, sem a intervenção humana. 

Ainda poderá ser necessário para acionar os sistemas e corrigir falhas. Mas com o avanço da internet das coisas, até para essa atividades o trabalho humano poderá ser inteiramente substituído. Levará ainda tempo para a montagem e operação de sistemas logísticos sem falhas, mas essa é a tendência dos avanços tecnológicos.

Nas ferrovias, os avanços tecnológicos permitirão o uso mais eficiente dos recursos, dar maior segurança e reduzir os tempos de movimentação dos materiais nos terminais. 

Os avanços ainda não proporcionam a redução dos tempos das movimentações interoceânicas, a custos compatíveis com a competitividade dos produtos físicos. 


A 4ª Revolução Industrial no Comércio

Há que se distinguir, inicialmente, o comércio de atacado, com o comércio de varejo.

O comércio de varejo vem sofrendo grandes transformações com as novas tecnologias. A mais importante é a venda por internet. Outra é a automação nos supermercados. 

A venda pela internet utiliza intensamente os recursos da tecnologia da informação, mas ainda não conseguiu superar plenamente as dificuldades logísticas. O tempo de entrega ainda é um grande fator limitativo da expansão da modalidade.

A gestão logística da distribuição dos produtos deverá ser uma das prioridades da 4ª Revolução Industrial, na frente, da sua aplicação "no chão da fábrica".

O supermercado do futuro

A Amazon já está testando o supermercado do futuro, com o uso da rádio frequência na escolha dos produtos nas gôndolas. O cliente os escolhe, sem precisar retirar e colocar no carrinho. Ao chegar no caixa, já tem a nota para pagar e recebe todos os produtos comprados, devidamente embalados. Se utilizar o cartão de crédito/débito, nem precisará passar por um caixa. 
Esse modelo irá reduzir substancialmente a necessidade de pessoas trabalhando no supermercado, mas não deverá se refletir significativamente nos preços. O mais provável é que determine o aumento dos preços, para amortizar os investimentos com a tecnologia. 

Os sistemas logísticos de retaguarda não serão simples, requerendo grandes espaços para a instalação das correias transportadoras, das estantes para os estoques, os equipamentos de colocação e retirada dos produtos e a formação dos pacotes de cada comprador. 

Só serão econômicos para hipermercados, com grande disponibilidade de espaço. Os custos dos terrenos podem inviabilizar economicamente o modelo.

No caso brasileiro, há duas tendências que vão contra esse modelo: a expansão da rede de lojas locais das grandes redes, para venda expressa e os atacarejos que dispensam todos os "penduricalhos" para oferecer os produtos a preços menores. 

Por razões de "modernidade" serão instaladas alguns poucos supermercados, mas preços mais caros. A eventual redução de mão-de-obra por tecnologia não sai barata. 

Não haverá grande expansão do modelo. E a dúvida é se esses poucos subsistirão? 

Certamente serão deficitários durante algum tempo. As grandes cadeias tenderão a limitar a sua adoção. Mas terão que enfrentar a concorrência de empresas de tecnologia, como a Amazon, que poderá estar disposta a perder dinheiro por algum tempo, para poder viabilizar e consolidar o modelo, financiado pelos outros projetos e com o objetivo de vender os seus aplicativos.

A menos do desenvolvimento de novas tecnologias, além das que já estão apresentadas pela 4ª Revolução Industrial, a sua extensão será demorada, com baixo impacto sobre o mercado de trabalho.




Hospitalidade 

Nos hotéis do Japão, há robos humanoides como atendentes. Mas camareiras e faxineiras serão substituidas por robôs? A arrumação das camas poderá ser automatizada? Valerá a pena?

Nos restaurantes há uma gama de serviços que podem ter os serviços automatizados, com a substituição do trabalho humano. O self-service é um caso típico.

Mas num restaurante do futuro, o cliente pode - ao chegar - consultar o cardápio no computador, e fazer as suas escolhas "la carte". O computador emite uma senha, a nota do pedido, em papel ou no celular e lhe indica uma mesa desocupada, para se sentar, com o número de pessoas indicadas. Quando a comida estiver pronta, será avisado na mesa, no celular ou por painel, para ser retirado. Ou poderá ser servido por um garção. Nesse caso não elimina inteiramente, mas reduz o contingente. 

Há alternativas na forma do pedido. Mas se o cliente for à cozinha, não encontrará cozinheiros, mas máquinas automaticas que buscam os ingredientes, fazem as misturas, o cozimento e a preparação do prato. Serão robôs, ainda que não humanoides. 


Cuidados pessoais

O trabalho humano nos cuidados pessoais, como penteados, barba, manicure, pedólogia e outros poderão ser substituidos por robôs humanoides ou por equipamentos específicos. Tecnicamente será possível, mas haverá sempre a questão econômica.

A tendência será do desenvolvimento tecnológico para auxiliar e facilitar o trabalho humano. 


Cuidado com os idosos

Com um tempo maior de sobrevivência das pessoas, haverá mais idosos e a necessidade de cuidados com eles.

Esse envelhecimento deu margem à expansão da atividade de cuidadora de idosos, realizada "artesanalmente".

Como será o cuidado com os idosos com a incorporação das novas tecnologias?





O tempo de substituição do trabalho humano

O avanço tecnológico poderá promover - inevitavelmente - o trabalho humano, mas o tempo de substituição dependerá da redução dos custos da tecnologia para ser mais econômico que o trabalho humano. Em função dos custos muitas das possibilidades de substituição ficarão para o infinito. 


Tecnologia e desigualdade

O mundo sempre foi muito desigual. Mas durante muitos anos, uma grande parte da população, não era considerada nas análises por estarem "fora do mercado" e não serem captadas pelas estatísticas. Com a incorporação desses contingentes nas estatísticas, a desigualdade ficou mais evidente.

Há no mundo uma elite que busca incessantemente a modernidade e se apropriar dos ganhos dessa modernidade. Por conta dessa apropriação o mercado da modernidade não se amplia. Os novos produtos melhoram a vida dessa elite, mas - a menos de poucas exceções - são caros e inacessíveis para a maioria da população mundial. 

Todos os avanços tecnológicos produzidos pela 4ª Revolução Industrial são da elite e para a elite. São todos caros, requerem grandes investimentos e não estão voltados para a melhoria de vida dos mais pobres. 

Onde for aplicado melhorará a qualidade e promoverá a substituição do trabalho humano. Mas a tendência é que fique restrita ao mercado da elite. Que pode ser a maior parte do mercado mundial de consumo, mas sempre uma parte. 

Onde o trabalho humano é caro, o que - em contrapartida significa que as pessoas ganham bem, tem renda - a sua substituição pela tecnologia será inevitável. Muitos trabalhadores perderão o seu emprego. Novos empregos serão criados, mas - provavelmente - não na mesma quantidade.

Mas o mercado "popular" onde o custo do trabalho é menor continuará preferindo usar as pessoas do que a tecnologia.

O que gera um dilema. Seria a compressão dos valores do trabalho humano que assegura o seu uso. Com a melhora da remuneração, ocorreria a tendência da sua substituição pela tecnologia. Como enfrentá-lo?



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...