segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Transformar a produção agrícola em alimentos para o mundo

A agropecuária brasileira é - sem dúvida - uma pujança, ainda pouco reconhecida pela "cultura urbana". Com um grande potencial de desenvolvimento, diante do crescimento da demanda por alimentos pelo mundo, tem feito um grande esforço de marketing para ser reconhecido. Conta com o apoio da Rede Globo que tem feito uma persistente campanha na televisão sobre "Agro é tech, agro é pop, agro é tudo". Contestada nas redes sociais onde os "ambientalistas" dominam.

A idéia ou lema do "Brasil celeiro do mundo", sintetiza a posição da agropecuária, que acaba tendo uma resistência inconsciente por parte da sociedade urbana que não quer ser dominada pelo campo. 

Do ponto de vista macro econômico a contribuição da agropecuária para o PIB é pequena, por que está no início da cadeia produtiva. Somando o restante dessa cadeia a participação é estimada em cerca de 20%. Mas ai, a agropecuária representa apenas 25% do PIB do agronegócio, com a indústria representando outros 25%, dos quais 5% são insumos. O processamento industrial não passaria de 20% do PIB do agronegócio. A metade é representada pelos serviços. Ou seja, agronegócio é agro-serviço. Onde a logística e a comercialização representariam a maior parte.

O que o consumidor de alimentos no Brasil, como no mundo, paga é pelo custo do alimento chegar até o varejo. Ou até ao seu prato, ao consumí-lo num restaurante.

Para ser reconhecido socialmente o agronegócio precisa substituir a visão "Brasil celeiro do mundo" por "Brasil, alimentando o mundo" ou similar. Precisa substituir a idéia de produtor e exportador de matérias primas, para ser um supridor mundial de alimentos. E ainda de energéticos e de produtos de madeira.

O grande desafio do agronegócio é agregar valor às suas matérias primas agro-pastoril pelos serviços. Muito mais que pela industrialização.

O agronegócio para ter o reconhecimento social precisa mostrar que é muito mais que produção agrícola e pastoril. 

O lema da campanha da Rede Globo tem esse sentido, mas o conteúdo continua sendo dominado pelo Globo Rural.

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