segunda-feira, 11 de setembro de 2017

A não reeleição dos atuais deputados (2)

O papel de despachante do político, intermediando o acesso da população mais pobre aos deficientes serviços públicos, pode explicar os votos que consegue nos seus redutos eleitorais: que, teoricamente, corresponderiam a um "distrito eleitoral". Não oficial, mas real. Ou, mal comparando, a uma "paróquia eleitoral".

Mas para que um candidato seja eleito, com base nos votos do seu reduto, precisa ter um grande domínio, que lhe assegure a sua eleição, independentemente dos votos de outras localidades. No caso dos deputados federais, em Estados com grande número de eleitores, como o Rio de Janeiro e a Bahia - já pesquisados preliminarmente - significaria uma votação minima acima de 50 mil votos. 

As razões mais comuns para explicar o votos dos eleitores são a compra do voto. Embora proibida, sempre os políticos conseguem subterfúgios para uma distribuição direta de benefícios aos eleitores. Em alguns casos "são pegos", resultando em cassação de registros e até mesmo de diplomação, se eleitos. No caso da Bahia, com a dispersão de votos, o processo de "compra", pode ser por demais complexo, com custos maiores para a sua gestão, do que dos benefícios. O que tem ocorrido e deve continuar ocorrendo é a intermediação da concessão de benefícios públicos.

Como é uma atividade "oculta" é difícil a sua identificação plena. Usam-se muitos casos específicos, apurados, para a generalização.

A outra razão, essa no campo do desejável, é a identidade ideológica ou programática do eleitor com o candidato. Essa razão, parece ser muito fraca, pouco justificando a escolha da maioria dos eleitores. Resume-se a uma militância, de pouca expressão no conjunto dos eleitores.

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