quarta-feira, 15 de março de 2017

Novidades já esperadas nas novas concessões

Na licitação para a concessão de um trecho rodoviário em São Paulo, ocorreu um dos cenários previstos, embora o não desejado pelo Governo.

As grandes construtoras, direta ou indiretamente, estudaram mas não apresentaram propostas. Apenas uma construtora ficou para a disputa final. 

A vencedora foi um fundo de investimento: o Pátria.

O mercado está mostrando o que o Governo e analistas resistem em reconhecer. Concessão de rodovia não é uma modalidade alternativa de contratação de obra pública.

Concessão de rodovia, como as demais na área de aeroportos, saneamento e outros, são empreendimentos com resultados de longo prazo, nos quais a construção é o investimento inicial necessário para gerar os resultados futuros. Não é o objeto principal da concessão.

A visão predominante do pretendente da concessão é o quanto a operação vai render ao longo do contrato da concessão? E o nível de investimento será avaliado pelos impactos sobre os resultados. 

As obras serão um meio para a obtenção dos resultados. 

Supostamente uma empreiteira ao entrar num concessão teria o interesse em maximizar o volume de obras e a margem sobre as mesmas. 

O foco da construtora é o CAPEX. O do gestor de investimentos o OPEX.

A principal presunção do gestor é de que sem um sócio construtor, o gestor do fundo teria mais opções de contratação da obra, podendo obter valores menores de investimentos.

A mudança do perfil do concessionário tem implicações sobre o projeto.

O fundo de investimentos precisa ter um bom projeto completo para poder ter uma boa contratação da construtora e assegurar o seu cumprimento dentro do orçamento estabelecido. Ele precisa de um projetista que considere todos os aspectos para evitar imprevistos que não só aumentem a necessidade de investimentos, como atrasem as obras e o início dos recebimentos.

Mas ele ficará no dilema de contratar o projeto com o menor preço possível, ou pagar bem para ter mais segurança. 


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