terça-feira, 13 de outubro de 2015

Acordo Brasil Colômbia

O acordo firmado entre o Brasil e a Colômbia, definindo cotas de comércio entre os países de produtos da indústria automotiva, dá respaldo às estratégias das multinacionais na América do Sul.
As principais multinacionais do setor automobilístico se instalaram no Brasil para atender ao mercado interno, dentro da política industrial de substituição de importações. Com o Mercosul estabeleceram uma divisão de trabalho, entre os dois países, dentro de uma estratégia de conteúdos nacionais e domínio dos mercados.

Numa etapa subsequente algumas multinacionais escolheram a Colômbia como a plataforma de produção sul-americana, embora o seu mercado interno seja um décimo do brasileiro.

Depois de perder a produção para exportação do Duster, da Renault, para a Colômbia, e ficar próximo de zero no comércio automobilístico com esse pais, o Brasil  finalmente firmou um acordo comercial, definindo cotas de comércio de carros: significa exportação e importação de veículos acabados, além do comércio de autopeças.
As principais marcas instaladas na Colômbia são a GM, Renault, Toyota, Volkswagen e Nissan.

A Colômbia é um novo passo para o desenvolvimento da estratégia continental das multinacionais automotivas, agora respaldado pelo acordo comercial com o Brasil. 

A grande dúvida em relação ao acordo bilateral Brasil -Colômbia (e não Mercosul -Colômbia) é se as multinacionais que se instalaram nos dois países, conseguirão consolidar uma cadeia produtiva continental capaz de sobreviver a uma abertura mais ampla dos mercados.

O desafio não é dos países, mas da GM, da Toyota, da Volkswagen, do grupo Renault-Nissan, em enfrentar a Kia e os chineses. A Fiat e a Ford não estão presentes no mercado colombiano, a menos de alguma participação eventual.

O acordo comercial automotivo firmado entre o Brasil e a Colômbia evidencia uma "dependência" dos Governos às estratégias das multinacionais. Os governos facilitam as transações dessas firmas entre as suas unidades nos dois países. 

E confirmam o conceito de que as multinacionais não exportam - no seu sentido comercial -, mas transferem seus produtos de uma unidade a outra.

Os trabalhadores, tendem a ver os acordos, como riscos aos seus empregos, pois facilitaria o ingresso de importados que substituiriam os produtos nacionais, gerando desemprego.

A visão do outro lado significaria um aumento da produção para exportação e elevação nos níveis de emprego. 

De toda forma é preciso que o produto brasileiro seja competitivo. 

                          







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