terça-feira, 12 de maio de 2015

Incompetência investigativa da CPI da Petrobras

A CPI da Petrobras consegui fazer com que dois dos principais envolvidos no Petrolão, já com delação premiada homologada, falassem. Na semana passada o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto da Costa, e ontem o doleiro Alberto Yousseff.

Mas com os deputados interessados apenas em saber que políticos receberam do esquema, pouco indagaram dos depoentes informações sobre como foi montado e funcionava o esquema.

O que Yousseff não disse, é quem lhe dava as ordens ou com quem combinava a quem destinar o dinheiro que as empreiteiras eram obrigadas a contribuir. 

Pelas informações até agora externalizadas o esquema foi montado por José Janene, com a participação compulsória de todos os contratados pela Diretoria de Abastecimento. A taxa de 3% também foi determinada por ele, mas a distribuição, provavelmente combinada por os outros envolvidos: 1% para o partido, no caso o PP, 1% para a casa e para os operadores e 1% para o PT. Este último deveria ocorrer sob a forma de doação formal ao partido. Com foros de legalidade. Só num caso isolado teria havido uma entrega em espécie, à cunhada do tesoureiro do PT. Os demais eram feitos pelo caixa dois ou mediante lavagem de dinheiro promovido por Yousseff e seus companheiros doleiros.

Mas Janene morreu e alguém tomou o lugar dele. Com quem Janene combinou a montagem do esquema ele não vai poder contar. Só haverá suposições, domínio do fato, porque os seus interlocutores dificilmente irão confessar. 

Mas Youssef está vivo e pode contar quem o orientava e com quem combinava as operações. Diz ele que com Paulo Roberto Costa. Só os dois, sem a participação de políticos. O que não é provável. Quem era o mentor deles, depois do falecimento de Janene? Só os dirigentes do PP?

A CPI perdeu mais uma oportunidade de desvendar a montagem e o funcionamento do esquema, de forma a chegar aos efetivos chefes supremos. O acima é apenas uma suposição do PSDB.

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