terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Problemas urbanos: os maiores desafios da nova administração

Notícia é  o que vira moda. Empresas e Governo buscam transformar seus produtos ou seus programas em moda. Em São Paulo a moda atual é da ciclovias. As modas emergem, viram sensação, durante algum tempo e depois se tornam triviais, caem na rotina. Algumas são até abandonadas. A sustentabilidade da moda depende da adesão social em que aproveitando o seu auge se incorporem efetivamente no modo de vida, por atender a uma necesidade efetiva ou aspiração das pessoas. Dois casos são típicos: a minissaia e o jeans. 

Na vida urbana a moda do carro se sustenta até hoje e de forma crescente. A quase totalidade do ser urbano quer ter o seu carro. Uma parte residual não quer ter carro e quer ter uma bicicleta como o seu único veículo, fora caminhar a pé. Uma grande parte ainda não ter o seu carro, mas quer ter. E Outra parte, enquanto não consegue ter o seu carro compra uma motocicleta. A bicicleta para essa parte que ainda não tem o seu carro é uma alternativa residual, cada vez mais abandonada a favor da moto.

Nas pequenas cidades do interior, principalmente no nordeste, a alterativa era a carroça puxada por um animal, seja o cavalo ou o jegue, que perderam espaço para as motocicletas. A grande alternativa para quem não a tem é usar um mototaxi.

A frota nominal de automóveis vai continuar crescendo nas grandes cidades, mesmo com a oposição e alertas dos chamados "especialistas" e dos sonhadores e do desejo dos "folgados" que são contra os carros: os dos outros. Para eles a culpa toda é dos carros... dos outros.

Esses últimos consitituem a maioria da população urbana e são a favor da melhoria dos transportes coletivos públicos para tirar das ruas os carros (sempre dos outros) e liberá-las para o seu.

A frota líquida poderá até diminuir no futuro próximo, em função dos programas de destruição dos carros obsoletos ou abandonados, já praticados em outros paises. A demora é ainda um problema do processo judicial.

O volume de carros circulando também irá aumentar. O que poderá diminuir é o que os "especialistas" chamam de "momento de transportes", ou seja a multiplicação da quantidade de carros pela distância percorrida. 

A frota de carros irá circular menos. As pessoas tenderão a fazer percursos menores, conjugando o transporte individual com o coletivo. 

No caso de São Paulo a melhoria do transporte público, principalmente as linhas metroviárias promoverão esse processo. Viabilizará também a composição bicicleta - transporte público. Se bem estruturado poderá viabilizar o esquema bicicleta- transporte coletivo - bicicleta, embora seja uma alternativa residual.

Para que seja sustentável o modelo misto carro-metrô ou carro BRT ou VLT, o essencial será o estacionamento barato nas estações terminais das linhas. Enquanto não houver maior integração entre as linhas (o que é mais importante do que  extensão) os estacionamentos nas estações intermediárias não terão grande demanda. Os motorista não querem deixar o seu carro para passar para um transporte coletivo que tem certeza de encontrá-los lotados. Nas estações terminais tem a opção de esperar um pouco mais e poder ter um lugar sentado. A menos que sejam "veios", idosos ou "melhor idade". Sejam portadores de deficiência, em sejam mulheres grávidas ou com filhos pequenos no colo.

O envelhecimento da população tem contribuido para essa mudança de cultura. 

A importância desses estacionamentos baratos na ponta ainda não foram suficientemente percebidos pelas autoridades mas acabarão sendo, proximamente pelas demandas reais.

O papel estratégico desses estacionamentos faz com que as inciativas tenham que ser do Poder Público, com uma oferta ampla e preços inicialmente subsidiados. 

Isso porque a exploração desses estacionamentos deverá ser por meio de PPPs e até a sua maturação irá requerer uma complementação para a sua operação.

O futuro da mobilidade urbana não está na substituição do transporte individual pelo coletivo, mas na conjugação dos dois modos, associada à condição essencial que é a redução das distâncias de deslocamento dentro das cidades.

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