quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O PMDB ainda ganha?

Desde 85 quando ocorreu a redemocratização, o MDB emergiu como o principal partido da oposição e ao longo de 40 anos e de muitas mudanças no Executivo, com alternância de poder , perdeu essa posição. Tornou-se PMDB, perdeu uma facção importante com a criação do PSDB, nunca elegeu um Presidente seu, mas domina o Congresso, principalmente o Senado.

Agora está sob risco de perda da posição e reage, ainda que de forma não radical. Não ameaça passar para a oposição. O que quer é se manter como o principal partido da situação, aproveitando-se dessa posição.


A sua base na Câmara se rebelou contra a cúpula, quer eleger o Presidente da Câmara e, com isso, ganhar maior poder de barganha em relação ao Executivo. Dilma resolveu "peitar" a facção e para isso vem buscando o apoio dos partidos menores, acenando com a possibilidade de maiores espaços dentro da máquina pública. É um jogo perigoso, ademais porque é menos competente e experiente para enfrentar a refrega: o seu time é mais fraco. 


Vem dispensando o seu técnico mais experiente, que ainda é uma das principais lideranças políticas, com possibilidade de retornar à Presidência e não pode contar com a intermediação de Sarney, que se aposentou. A vaidade da sua equipe que tem pretensões de domínio político poderá derrotá-la.


Ela conta com a perda de substância das lideranças tradicionais do PMDB, supostamente (mas seguramente) envolvidas no "petrolão" e terão que se retirar, ainda que temporariamente, da vida pública. Mas não da política. Waldemar da Costa Neto estava preso mas continuava comandando, de fato, o seu partido de dentro do presídio. Similar ao que ocorre com as facções criminosas. Agora vai cumprir o resto da pena em casa, com maior facilidade para receber os correligionários. Por enquanto é a principal liderança do bloco alternativo ao PMDB.

Segundo os críticos e mesmo o PMDB, para quem tem aliados como ele não precisa ter inimigos. Pode ser uma subestimação.


A disputa é por uma sequência de 4 anos, mas um jogo decisivo, que vai medir as forças de cada lado será o da eleição do Presidente da Câmara dos Deputados em fevereiro. 

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