terça-feira, 27 de janeiro de 2015

O Rio vai ficar sem água e luz?

O Sistema Cantareira virou o principal termômetro para acompanhar a "febre da falta d'água". Impulsionado pela mídia, milhões de pessoas estão a toda hora buscando informações sobre o nível das águas do Cantareira. Alguns transformando em obsessão, em neurose. E cada vez mais preocupados com as baixas sucessivas.
Ficam aliviados quando não desce e felizes quando sobe um pouquinho. E torcendo pela chuva. Essa vem, mas não muda a situação. A impressão disseminada entre a população é que chove, mas não em cima da Cantareira. 

Chove lá também. Mas se chove porque não melhora a situação? Há várias explicações: o solo está muito seco e precisa absorver primeiro a água antes de chegar às represas. O calor está elevado e a água evapora mais rápido, sem a mata ciliar, e outras.

Não há transparência na informação, porque o Sistema Cantareira é formado por diversas represas interligadas por túneis e na última a água é bombeada para atender a população. 

Em que represa é feita a medição divulgada ao público. É uma média das represas: aritmética ou ponderada? Na primeira ou na última? 

A última pode estar baixa porque a água está sendo retida nas anteriores. Para repor o "volume morto". 

Não acompanho as novelas, mas sei que tem um tal de comendador que está se fazendo de morto. O volume morto do Cantareira está é muito vivo.

Focado sobre o Cantareira não se presta atenção às demais represas, algumas em situação pior.


Represa de Paraibuna - Agência Globo
As águas do Paraiba do Sul começam em São Paulo e são as principais fontes para abastecer de água a população do Rio de Janeiro e ainda gerar energia.

As primeiras represas do sistema, que ainda estão em São Paulo e já parte no Rio de Janeiro estão quase secas. A energia gerada a partir da Usina de Santa Branca já foi paralisada. A energia do Rio de Janeiro vai ser suprida por outros Estado, pelo sistema integrado.

A cidade do Rio de Janeiro é abastecido pelo Guandu, que retira água do Paraiba do Sul. O Rio que percorre todo o Estado, passando por um pedaço de Minas Gerais, até desaguar em São João da Barra, quase no Espirito Santo também está secando. Os agricultores do Norte Fluminense já estão sentindo os efeitos da seca. 


Agora que os dados sobre as represas que abastecem o Rio de Janeiro estão sendo divulgados, os cariocas também vão ser contaminados pela neurose da falta d'água. 

E vão se somar aos paranoicos do "sem banho". Os fedorentos sairão às ruas para protestar em conjunto? Se forem vai ser um "horror"

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