terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Boba, porém honesta

Maria das Graças Foster se faz de boba, ou mesmo de idiota, para explicar porque não tomou nenhuma providência em relação aos "recados" de Venina Fonseca. Ela efetivamente, não usou o termo corrupção. Nem caberia, porque não tinha provas. Mas percebia "coisas estranhas" e pediu, primeiramente à sua colega apoio e depois sua chefe mor para apurar. Ela fez "ouvidos moucos" porque não ouviu ou leu expressamente as palavras chave: cartel e corrupção. Diz que não entendeu os recados. Venina não fez denúncias, fez alertas: "para bom entendedor, meia palavra basta".


Venina escreveu e provavelmente disse os alertas de forma cifrada, mas que seriam entendidas por Graça. Mas essa preferiu se fazer de desentendida.  E permitiu e está permitindo que a Petrobras continue sossobrando, com perdas sucessivas de valor.  

Para se defender está usando todo a poderosa máquina da Petrobras para tentar desqualificar a ex-gerente. Traz a tona supostos deslizes que essa teria praticado no exercício do seu cargo, como a contratação da empresa de consultoria de propriedade de quem viria a ser o seu marido e agora ex-marido. Ela não desmente, nem esconde. E diz que ao casar descontinuou os serviços contratados. Não sem antes ter conseguido, com o auxílio dele, coordenar a conquista do Prêmio Nacional de Qualidade pela Petrobras.
Numa empresa estatal como a Petrobras, ninguém tem o poder de contratar sozinho. Ainda que com dispensa de licitação, há toda uma burocracia e pessoas envolvidas. Não se contrata nenhuma empresa sem que esteja cadastrada, com centenas de rigorosas exigências.
E pelos valores informados, o contrato deve ter sido firmado por outra área. Não deixa de ser um problema, mas que não a desqualifica, como informante e tampouco justifica o seu afastamento dos cargos e até demissão. 

Ela, provavelmente não é uma santa, tampouco uma pecadora convertida, como os seus detratores querem. É uma profissional com carreira ascendente dentro da Petrobras, "jogando o jogo". Mas quando esse jogo virou "sujo" ela se recusou a participar: "simples assim". 
E fez mais, passou a alertar. Só recentemente, com a mudança do clima e das poderosas máquina sobre ela, passou a denunciar. 

A história de Cingapura também está mal contada. Mas tudo o que ela escreveu e vem dizendo não pode ser desconsiderada por supostos deslizes funcionais. 

Graça por desencargo de consciência, já colocou o cargo à disposição da Presidente da República, mas esta não aceitou. E demostrou, mais uma vez, que não tem o preparo gerencial que o seu líder sempre apregoou.


Um bom gerente, pode ser apenas um bom chefe, não precisando ser um bom líder, como se exige hoje nas grandes empresas. Um bom chefe precisa tomar decisões rápidas e objetivas. Não pode ficar dizendo que não vai deixar pedra sobre pedra e não retira nem a primeira dessas. 

Em segundo lugar comete um dos pecados capitais da gerência: misturar as afeições pessoais com as atribuições profissionais. 

Ela não tem que manter Graças Foster na Presidência da Petrobras, para demonstrar confiança nela e dar-lhe  um atestado de honestidade. Graça não pode ficar porque já não tem mais autoridade e sem comando a Petrobras afundará cada vez mais.

Dilma não precisa demitir Graça. Ela já pediu exoneração. 

Nestas horas de crise, a hesitação é o pior dos caminhos. 

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