terça-feira, 7 de outubro de 2014

Uma imagem insatisfatória

O Nordeste brasileiro sai da disputa presidencial com a imagem de foco da pobreza e do conservadorismo. Não obstante a presença de Marina Silva na disputa, Dilma conseguiu mais de 60% dos votos e só não repetiu a façanha de 2010 por conta da reação de Pernambuco.

Embora alguns adversários contestem, o Bolsa Família é um sucesso, tirou milhões da pobreza e propiciou a emergência de uma nova classe média. Uma população que ingressou no mercado de consumo, ficou mais exigente e não se contenta com as migalhas dos programas sociais.

Os beneficiários diretos do Bolsa Família querem ficar onde e como estão. Querem a continuidade com segurança do programa e não acreditam nas supostas ameaças de que a oposição quer acabar com esse. São, na maioria dos casos, votos seguros da candidata do Governo, com pequenas exceções por conta de lideranças locais contrarias.

A eventualidade de mudanças de voto está na nova classe média, que estão satisfeitos com a sua melhoria de vida e a creditam ao Governo. São afetados pelas mensagens do medo. Tem medo de perder o que conquistaram e preferem votar com o Governo. 

Outros creditam a sua melhoria de vida ao seu esforço pessoal, pois não receberam, nem recebem qualquer benefício direto do Governo e estão sabendo aproveitar as oportunidades que o mercado de trabalho vem (ou vinham) oferecendo, assim como para o trabalho por conta própria.

Estão mais exigentes, insatisfeitos com a qualidade da prestação dos serviços públicos, principalmente na saúde e nos transportes coletivos e estão dispostos a apoiar as mudanças.

São esses votos que o candidato da oposição irá buscar, para reverter a diferença. A maioria vislumbrou em Marina Silva a figura da mudança, mas alguns voltarão à candidata do Governo. Para a campanha de Aécio o importante é avaliar os percentuais de destinação dos votos que foram para Marina Silva no primeiro turno, no Nordeste. Ai pode-se decidir a eleição nacional.

Uma incógnita está na classe média tradicional que está concentrada nas capitais e em outras grandes cidades do Nordeste. 

Foi dentro dessa classe que saiu a maioria dos jovens, contaminados pelos movimentos começados no sudeste, que foram às ruas em junho de 2013, bradando pelas mudanças.

Os números dos resultados das capitais nordestinas não confirmam, com exceção do Recife, o desejo de mudança, com a votação maciça da candidata governamental.

O que aconteceu? Para onde foi o desejo de mudança desses jovens nas capitais nordestinas?

E nas cidades médias?

Garanhuns, um município com cerca de 130 mil habitantes, a maioria urbana foi o polo de resistência de Dilma. Lá ela conseguiu 63% dos votos, muito acima dos 44% obtidos no Estado. Marina, enquanto tenha conseguido 48% do total de votos de Pernambuco, superando Dilma, em Garanhuns só teve 28,12% dos votos.

Uma explicação poderia ser o fato de Lula ser originário do Município. Mas posteriormente foi desmembrado, com o local de nascimento do ex-presidente em Caetés. 

Qual é a explicação real?





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