quinta-feira, 23 de outubro de 2014

(in)competência marketóloga

As campanhas eleitorais deixaram de ser políticas, para se tornarem campanhas publicitárias para conquista de "corações e mentes" dos eleitores. 
O que importa é a conquista da adesão do eleitor, para que ele, no dia 26 de outubro vá à cabine e aperte as teclas "vendidas" (13 ou 45).

Nesse processo o marketing do PT e de Dilma é mais competente e parece estar tendo melhores resultados. Embora mantenha uma linha estratégica principal, de comparar as gestões tucanas com a petista, agrega ou elimina questões, em função da reação imediata dos eleitores, medida por pesquisas qualitativas.

A estratégia de desconstrução do adversário deu certo, mas trouxe também efeitos negativos. Para sustentar os positivos e minimizar os negativos, Dilma, seus assessores e seu conselheiro, ajustou a sua estratégia. Ela passou a posar de "Dilminha, paz e amor", vítima das agressões machistas do seu adversário e terceirizou a tarefa de desconstrução a Lula, que está se excedendo nesse papel, podendo trazer efeitos negativos. 

Ao final da campanha os convictos já estão definidos e já se reuniram em torcidas organizadas. No dia da votação, não vão mudar.

Numa situação de empate, o foco é o indeciso, seja o que ainda não se definiu ou é flutuante. Esse já escolheu, mas ainda não está seguro e pode mudar até na cabine.

Na busca desse eleitor, a campanha de Dilma é mais ágil. Percebeu os dois segmentos, onde pode conseguir a decisão ainda não tomada ou até reverter uma intenção: a mulher e os jovens da classe média emergente.

A campanha dela para as mulheres é fraca, mas Aécio não tem propostas claras. Ele precisa urgentemente, pois só tem mais um dia, para a propaganda obrigatória", do socorro do Serra, com os programas da "mãe paulista" ou similar. 

A casa da mulher brasileira tem um apelo menor do que o melhor tratamento para as grávidas, com pouca renda.

Já em relação à classe média emergente, a campanha petista, percebeu - com atraso, mas percebeu - que os seus componentes, principalmente os jovens, creditam a sua melhoria de vida, mais ao seu esforço pessoal, do que aos programas sociais do Governo.

Eles percebem que Bolsa Família, pensões do LOAS, aposentadorias rurais, dão uma condição de sustento aos seus pais, aos com mais idade que não precisam mais na labuta diária, ou não passem fome. Mas eles querem mais. E querem com trabalho. 

Então a nova mensagem de Dilma é reconhecer esse esforço, mas dizer que só conseguiram graças ao suporte dos programas sociais e das ações oferecidas, com o Pronatec, FIES, PROUNI e outros.

Para eles isso é importante, mas é instrumental. Eles querem melhorar de imediato. E não podem ficar esperando que o mercado ofereça os empregos desejados.

Ele parte logo para a solução do trabalho por conta própria. E a grande oportunidade surgiu na forma motorizada: a moto é o seu principal símbolo de ascensão econômica e social.

Compra a moto financiada, com garantia do próprio veículo, e vai trabalhar como mototaxistas ou motofretista (mais conhecido com motoboy). 

A esta altura do campeonato ou do jogo, vai ganhar quem tiver a melhor proposta crível para melhorar a vida dos motoqueiros emergentes. 

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