quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Fabulação x generosidade

Debate cara a cara, entre os presidenciáveis, é disputa direta entre dois clubes com grande torcida. Cada lado já tem a sua preferência aplaude a jogada do seu time e vaia (ainda que silenciosamente) as do adversário. Ou uma luta direta na arena, onde cada golpe é também aplaudido ou vaiado.
Como não houve nocaute, a vitória por pontos depende do ponto de vista de cada um. Pode-se dizer, nesse sentido, que houve empate.
Pouco ou nada muda. O importante é alcançar aqueles que ainda não decidiram com firmeza: os chamados indecisos. Acham que vão votar num, mas podem mudar.

Pretender que eles tenham assistido aos debates, para tomar a decisão é ilusão. Quem se dispôs a acompanhar o jogo até à meia-noite era torcedor convicto.

Mas os não torcedores, os indecisos serão alcançados pelas chamadas diárias no rádio e na televisão que serão irradiadas pela "radio peão". Ainda mais eficaz do que as redes sociais, embora a influência dessas seja crescente.

O que será efetivamente marcado para os indecisos. Duas características ficarão marcadas em relação a cada candidato: uma positiva e outra negativa.

As das de Aécio ficaram mais evidentes: a negativa o nepotismo, no sentido de usar o cargo e recursos públicos em favor pessoal ou de familiares. É importante lembrar que a Senadora Ana Amélia, favorita ao Governo do Rio Grande do Sul, durante toda campanha, segundo as pesquisas, nem chegou ao segundo turno, quando emergiram denúncias de que tinha cargo no Senado sem trabalhar.  Aécio ainda conseguiu evitar a sangria ao desafiar a oponente de dizer onde a sua irmã trabalha. Mas a imagem nepótica ainda permanece. O seu lado positivo não ficou evidente, mas se bem trabalhado pode marcar a diferença dele com Dilma: apelou para a generosidade. Trouxe Lula para o palco, com o reconhecimento, quando do lançamento do Bolsa Família de que aproveitou o que fora criado pelo Governo anterior. Dilma reconheceu que foi um ato de generosidade, mas refutou a herança. 

A falta de qualquer sinal de generosidade de Dilma, em relação ao adversário, é a sua principal marca negativa, num pais de forte cultura religiosa. 

O seu contraponto é a firmeza. Mesmo quando mente o faz com total convicção. Não passa a sensação de que está mentindo. Não fraqueja e nesse quesito ganha do seu adversário. 

No final do debate cometeu um deslize típico, que não foi nem será muito percebido. Mas em bom dilmês disse que o candidato estava "fabulando". Quem sabe o que é isso? Chamem o Esopo? Esopo quem? 


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