terça-feira, 2 de setembro de 2014

Comentários das minhas amigas médicas

Camila Souto Discordo, Jorge!
Na verdade no Brasil não faltam médicos!
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número ideal é de 1 médico para cada 1000 habitantes, o Brasil tem mais que isso. O que há é uma má distribuição deles.

Na verdade, Jorge , os "grotões" onde o senhor fala, os lugares onde não há estrutura mínima para se consultar um paciente, onde se pode realizar "um atendimento elementar" que "qualquer um pode fazer", é de onde saem os pacientes descompensados, onde o médico de fato e de direito não consegue realizar uma boa clínica, pois não há maca, medicamentos e exames de retaguarda. Não existe atendimento elementar, paciente elementar e muito menos doença elementar, e por isso não é qualquer um que pode fazer. Tem que ser alguém capacitado realmente. Ao contrário do que o senhor pensa, doentes são iguais em todos os lugares, e quem lota os hospitais das clínicas e hospitais universitários de todas as capitais são os doentes do interior, dos "grotões", como fala o senhor. Esses pacientes geralmente chegam descompensados a essas instituições por não terem sido atendidos por verdadeiros médicos. Talvez esse paciente não teve esse atendimento médico, pois o médico deve ter ido atender na unidade de saúde e viu paciente morrer por não ter uma medicação pra curar a sua doença, pode ter sido porque o médico solicitou um exame e pela demora para conseguir o paciente teve uma piora da sua doença, como um câncer, por exemplo, e morreu, pode ter sido por que o médico foi atender e no final do mês não recebeu o seu salário.
Isso ninguém divulga, isso ninguém entende!!!
No momento só estou trabalhando no SUS, posso falar com propriedade disso.
Trabalhei nesses "grotões" mas acredita precisei de um hemograma para saber se a paciente estava com risco de ter dengue hemorrágica e lá não fazia? E pior que eu só ia conseguir esse resultado na próxima semana? Será que essa paciente escapou? Acredita que esse município pagava o quase o dobro do município em que estou trabalhando e cobrava que eu fosse um único dia?? Pois é, ofereceram isso a mim e também a todos os outros médicos que lá chegaram para trabalhar, mesmo lá sendo um "grotão", mas lá não ficaram no máximo uns três meses.
Os doentes desse "grotão" são igualzinhos aos doentes de Garanhuns, onde trabalho atualmente, igualzinhos aos doentes de São Paulo, igualzinho a esse doente que saiu daqui de Garanhuns há alguns anos e está sendo atendido no Sírio Libanês.
Pra mim, eles devem ser tratado com a mesma importância, com médicos, com equipamentos, com exames, com dignidade!
  • Ana Tabet Exatamente. Acho que esta situação só vai melhorar, quando políticos e parentes dependentes forem OBRIGADOS a usar serviços de Saúde e de Educação públicos.
    Assuntos de Medicina, principalmente a preventiva, e o atendimento primário, não são coisas para amadores.
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