quarta-feira, 30 de abril de 2014

Vai ter Copa?


Que vai ter já é uma convicção quase que absoluta. São pouquíssimos os que ainda saem às ruas em atos com o slogam "não vai ter Copa". 

Sobre como estarão as cidades-sede durante a Copa é analisada num livreto que está à disposição no sítio da Amazon, para leitura pelo Kindle, a um custo simbólico: "deis real" (sic).

O endereço para acesso é o indicado abaixo, mas se tiver alguma dificuldade pode buscar no site da Amazon pela palavra chave jorge+hori




O livreto reune os diversos comentários aqui colocados, mas o tema continuará sendo atualizado aqui.

Ontem, em São Paulo, foram apenas 200 e na Zona Leste remediada. 
Houve confusão, com depredações, no centro da cidade, mas promovida pelos movimentos dos trabalhadores sem teto, que presssionam os vereadores para a aprovação do projeto de lei de revisão do plano diretor de forma a destinar a ocupação de reservas ambientais para moradias populares.
Esses movimentos são apoiados, quando não até promovidos pelo Governo Federal e pelo PT. No caso, os manifestantes estariam sendo insuflados pela própria Prefeitura, interessada na rápida aprovação do Plano Diretor, contendo várias outras questões controversas com relação ao futuro da cidade.
A estratégia do Governo Federal tem sido de negociar com esses movimentos de forma a sw absterem de manifestações durante a Copa.
Mas eles não podem ficar esperando, dai a pressão agora para que, aprovada a revisão do Plano Diretor, cessem os motivos das manifestações.
A questão é se a oposição vai concordar ou simplesmente vai ser atropeleda pelo "rolo compressor" governista.
Mesmo que ocorram manifestações durante a Copa não impedirão a sua realização.

Agora em maio começam a chegar as delegações das seleções participantes, para se aclimatarem e começarem os treinamentos em conjunto. Algumas seleções européias, incluindo a brasileira, dependem do encerramento das competições nacionais e internacionais. 
Juntamente com as seleções chegam a mídia de cada país, e com tempo disponível os jornalistas vão fazer a cobertura de aspectos positivos e negativos do Brasil e das cidades onde vão ficar as seleções. A maior parte em São Paulo.

O clima que se criou em torno da Copa é que o Brasil não conseguiu se organizar adequadamente. Diante disso a mídia internacional estará mais preocupada com as vidraças do que com as vitrines.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Adensar ou inverter o fluxo?

A Zona Leste do Municipio de São Paulo concentra uma grande população de baixa renda, um grande contingente de trabalhadores que se deslocam de onde moram  para a área central da cidade de São Paulo, onde encontram melhores oportunidades de emprego.

A visão dos planejadores municipais é levar o trabalho para a região, reduzindo o fluxo periferia-centro.

Mas deve ser considerada outra visão: a de inverter o fluxo, gerando novos polos mais à leste de São Paulo, mas à oeste da bacia do Paraíba do Sul. 

O desenvolvimento territorial depende - atualmente e nos próximos anos - do recurso mais escasso e de dificuldade de transferência que é a água. Tecnicamente é possivel fazer as transposições da água de uma bacia a outra, porém os custos são elevados e há grande resistência dos moradores das bacias exportadoras para as importadoras. Ninguém quer ceder a sua água. 

Já a energia elétrica, telecomunicações e outros serviços públicos podem ser exportados e importados, tendo o Brasil um sistema integrado.

A  mobilidade depende de investimentos, mas não há a mesma resistência que existe em relação à agua. Há segmentos populacionais dos receptores. A resistência é dos ambientalistas.

Na macrometróple de São Paulo, segundo os estudos desenvolvidos pelo Governo Estadual, a única bacia com perspectivas de superávit de água, é a do Paraiba do Sul. Algumas já está com déficit e terão agravada a situação, com eventual crescimento demográfico e produtivo.

Haverá um processo natural de migração para as regiões com menor risco de desabastecimento de água. Mas também pode ser planejada.

O planejamento compreenderia benefícios ou incentivos públicos para a instalação de unidades produtivas na região do vale do paraiba e eventuais restrições à expansão produtiva nas regiões com déficits hídricos.

Para sustentar a posição de principal base econômica do Brasil, a macrometrópole paulista precisa promover um rearranjo interno com o desenvolvimento maior da região da bacia paulista do Paraiba do Sul, com contenção da evolução demográfica e produtiva das outras.

Há uma contradição no uso do planejamento territorial. Se a região for considerada prioritária para as políticas públicas, a  repercussão imediata é a valorização imobiliária, que poderá  inibir o crescimento.

A estratégia governamental terá que ser informativa e indicativa, deixando ao mercado privado a efetivação das migrações e desenvolvimento. 

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Migrações populacionais

Um dos principais impactos da crise mundial da água será a migração populacional. Gradualmente as pessoas irão fugir das áreas com escassez de água ou sujeitas a restrições de uso, seja de rodízios de interrupção de fornecimento ou de racionamentos. Buscarão áreas com maior disponibilidade e seguridade hídrica  na escolha da sua moradia.
Represa do Sistema Cantareira

Os industriais, mais do que os moradores considerarão a disponibilidade de água como o fator mais restritivo para a localização da sua unidade produtiva.

Atualmente as localidades com disponibilidade de energia elétrica e de acesso logístico são maiores do que as com disponibilidade farta de água. A disponibilidade de eletricidade tende também a escassear, mas mais lentamente do que a disponibilidade de água doce. Por que contam com outras alternativas em relação à geração hidroelétrica.

A engenharia busca a solução mediante empreendimentos de transposição da água de uma bacia a outra. A tendência será de um sistema nacional  amplamente interligado de bacias hidrográficas, o que depende de recursos para investimentos, tecnologia e viabilidade econômica. A maior dificuldade dessa é a disposição (ou melhor a não disposição) dos usuários em pagar o custo da água. Ademais existem as questões culturais e políticas.A grande briga é em torno do "esta água é minha!"

A Região Metropolitana de São Paulo cresceu demais, está saturada, não tem água suficiente e a situação vai piorar a cada ano com o seu crescimento demográfico e econômico.

Ou ela continua crescendo alcançando a sua inviabilidade hídrica a curto prazo ou acelera o seu processo de esvaziamento do excesso para retornar ao equilíbrio. A maior dificuldade é de natureza cultural. Cada qual espera que o outro saia para reduzir o excesso e deixar o existente mais tranquilo para ele. Não é diferente do raciocínio em relação ao trânsito ou ao vagão do metrô.

De toda forma já há um processo de redução populacional das áreas centrais da Metrópole, mas com uma descentralização próxima. O centro expandido está diminuindo de população, mas esta está se concentrando nas suas fímbrias, nos seus limites, próximos aos rios, às vias marginais desses. Essas áreas, do ponto de vista hídrico, são abastecidas pelos mesmos sistemas já saturados.

Os planos agora se voltam para uma área mais ampla, caracterizada como a macro-metrópole de São Paulo, todas ainda em torno da Região Metropolitana de São Paulo e sujeitas às mesmas restrições hídricas, com exceção da Bacia do Paraíba do Sul.

Diante desse desequilíbrio duas são as alternativas: transpor a água dela para o Sistema Cantareira, o que já está sendo providenciado ou promover a migração demográfica e produtiva para ela.


Isso significa que a bacia do Paraíba do Sul deve ser a região preferencial para a instalação de novas indústrias. Não seria por outro motivo que algumas montadoras estão preferindo se instalar nela e não em outras.

Mitigaria o desequilíbrio hídrico porém poderia gerar outros desequilíbrios. 

O que poderá acontecer com uma transferência maciça de indústrias mal instaladas em outras regiões para a bacia do Paraíba do Sul. E para que Estado seria: São Paulo ou Rio de Janeiro?

O que ocorreria com a sua espinha dorsal rodoviária? A Via Dutra.

O que poderá ocorrer com a mobilidade urbana da suas principais cidades?

Fila de carros na Rodovia dos Tamoios
Qual será o impacto da ampliação da Rodovia dos Tamoios? E do Porto de São Sebastião?

Vamos tentar em novos artigos tratar dessas questões.








domingo, 27 de abril de 2014

Dil Mais do Mesmo

O povo quer mudanças. Está cansado com tudo que está ai. Mas muitos acreditam que Dilma é a pessoa que teria melhores condições de mudar. 
Provavelmente esse será o lema da campanha dela: "Mudar com Dilma" ou "Dilma para mudar".
O lema de contestação das oposições poderia ser "Dilma: mais do mesmo", ou simplificando com uma simplificação "Dil Mais do Mesmo".  
Dilma, com a sua personalidade forte, temperamento explosivo e plena de convicções mudará o seu estilo? Mudará a forma de conduzir o Governo? E, principalmente, mudará as suas prioridades e programas governamentais?

Dificilmente. Continuará sendo autoritária, centralizadora, gerenciando na base da bronca, intimidando os subordinados que preferem não fazer do que fazer o que ela não aceita. Eles se preparam mais para se explicar do que agir. Esse tem sido o resultado efetivo do seu modo de gerenciar.

Quanto ao Brasil ela dificilmente arredará pé do objetivo de tornar este país, menos desigual, com a eliminação da miséria, ascensão dos pobres à classe média e contenção dos ganhos dos mais ricos.

Ela conta com a gratidão dos mais pobres, com os benefícios proporcionados e sente-se injustiçada quando é vaiada. Coloca sempre a culpa em grupelhos patrocinados pela oposição, ou de insatisfeitos da abominável classe média. Ela, juntamente com Marilena Chaui, não consegue entender a maioria da classe média. Ela pertence a ela, mas à ala solidária, humanista e não à maioria reacionária que se recusa a distribuir as suas conquistas. 

Deve perder a eleição, deprimida com a ingratidão do povo brasileiro. 

Ela deu continuidade aos programas assistenciais de distribuição de bolsa-família, para acabar com os miseráveis, proporcionando indiretamente a ascensão de uma nova classe média. Deu maiores oportunidades aos pobres de terem acesso à casa própria. Vem eliminando - gradualmente - o déficit habitacional. Levou médicos aos grotões inteiramente desatendidos e muito mais. O que mais quer esse povo ingrato? Exatamente, quer mais. Mas mais o que?

Esse é o seu grande desafio. Incorporou a interpretação de que as manifestações populares resultam da busca pelo povo de um patamar acima de tudo o que o governo petista lhe proporcionou. E está convicta de que é ela quem tem as melhores condições para atender às reivindicações efetivamente populares. Acredita que a oposição só consegue ver às demandas da classe média, sem perceber as necessidades efetivas da maioria da população brasileira, ainda pobre.

Por isso ela não vai mudar. Ela acha que o povo quer mais e melhor do mesmo. Sem reinventar a roda. Quer uma roda melhor.

No entanto, as circunstâncias não são favoráveis. A prevalência da ideologia distributivista e nacionalista levou à uma perda de dinamismo da economia, movimentada pelos "abomináveis" e o retorno da carestia. 

Com a inflação o povo vê corroer as suas conquistas. Passou a ter maiores e melhores oportunidades, mas não consegue mais comprar que conseguia antes. Não importa o quando. É a sensação de que hoje está mais caro que ontem. Que hoje está pior do que ontem.

A carestia leva ao retrocesso e leva a menos do mesmo. Antes de avançar ela precisa proporcionar ao seu povo a reconquista do terreno perdido. Essa reconquista é o seu "calcanhar de Aquiles". 




sábado, 26 de abril de 2014

O povo contra a Copa da FIFA ou "A Copa não é nossa!"

Quando Lula confirmou - ainda em 2007 - a realização da Copa do Mundo de Futebol, no Brasil em 2014, uma grande parte da população brasileira foi tomada por uma euforia, vislumbrando uma redenção nacional, através do futebol.
Lula, com a sua esperteza, insuflou esse ambiente de euforia, prometendo realizar a melhor Copa de todos os tempos e sem recursos públicos. O Governo cuidaria apenas da infraestrutura pública, com os estádios e a organização do evento inteiramente com recursos privados: "não vou colocar um tostão, nos estádios". O povo acreditou. Uma grande parte interpretou que esse dinheiro privado seria da FIFA e dos seus patrocinadores. Vã ilusão ou esperança.

Ao longo do processo o povo foi percebendo que não seria nada daquilo que eles imaginaram e foram se sentindo traídos. 

Primeiro, a Copa não é o Brasil. É da FIFA e será realizada no Brasil. O Brasil será apenas hospedeiro, que gastará em toda a preparação, para usufruto da FIFA.  E ela, gananciosa, foi exigindo cada vez mais. Não bastam os estádios. Quer estruturas temporárias para fazer as suas festas particulares e as fan-fest para as festas públicas, todas custeadas pelo Brasil.

A mídia ajudou o povo a perceber que foi enganado, com relação às fontes dos recursos. Em vez de zero, como prometera Lula, mais de 90% do dinheiro será de fontes públicas, direta ou indiretamente. Para o imaginário popular é o Governo gastando para uma festa particular, onde não é o anfitrião é que ganha. Todos os benefícios são do "folgado" do hóspede.

Então uma parte do povo se revoltou contra a Copa da FIFA. Não quer mais a Copa no Brasil. Só que acordou tarde. Agora não dá mais para suspender. Vai ter Copa no Brasil. A Copa do Mundo da FIFA, edição 2014.

(não vou ficar aqui na posição do "bem que avisei". Mas cumpri o dever de cidadania de mostrar desde 2007 que a Copa não seria do Brasil, mas da FIFA, como um grande negócio onde só ela ganha e os outros gastam). 

Diante da irreversibilidade da realização da Copa no Brasil, daqui a menos de 60 dias o Governo iniciou uma campanha publicitária para restabelecer o clima de euforia, agora centrado no futebol e na seleção brasileira. Uma seleção que é de nascidos no Brasil, mas é européia. Só sobrou Fred que joga no Brasil, depois de ter estado no exterior.

O objetivo da campanha não é apenas de promover a auto-estima do brasileiro mas inibir os movimentos anti-Copa durante a sua realização.

Não vai adiantar. Haverá movimentos anti-Copa. Não serão muitos, nem com grandes massas, mas suficientes para atrapalhar o trânsito e criar preocupações às autoridades.

O intimidado Prefeito de São Paulo quer decretar feriado nos dias de jogos na cidade para tentar esvaziá-la. O impacto econômico é desastroso. Só aumentará a revolta contra a Copa. 

A Copa do Mundo da FIFA no Brasil é irreversível: vai ter Copa. E vai ter manifestação de rua conta ela. Também é inevitável.


sexta-feira, 25 de abril de 2014

O que Valcke foi fazer em Fortaleza?

Foi dar mais um pito no Brasil.
Ele veio mais uma vez ao Brasil para inspecionar o andamento dos preparativos para a sua Copa de 2014, e viu o que já esperava ver: os estádios privados semi prontos. Vai receber em maio, inacabados. Suficientes para os jogos, para o público, mas não para ela, a FIFA. As estruturas temporárias serão parciais. Uma parte será feita, outra não. 
Não será o padrão FIFA, mas o padrão Brasil, também conhecido como jeitinho brasileiro. A esta altura ele já se conformou.
Agora está em nova batalha: as fan-fest. Dai ter ido à Fortaleza, onde os preparativos estariam mais avançados. A idéia e o efeito de demonstração: vejam como Fortaleza está adiantada na preparação!

Mais uma vez enfatizou as vitrines que lhe foram mostradas. Esconderam a vidraça, que está logo atrás do Hotel da Beira Mar, flagrada por Rodrigo Prada a quem devo as demais fotos.

Aproveitou para dar um recado ao Brasil e às demais cidades: se não fizerem a fan-fest estarão sujeitas a multas que custarão mais que a sua organização.

Ameaça inútil: Ah! é assim!. Então você coloque o dinheiro antes para receber depois a multa!

A reação efetiva deverá ser outra: os Estados e Prefeituras irão pressionar o Governo Federal para colocar dinheiro. Ao final vai ser pela Caixa Econômica Federal.

E vão fazer fan-fests, meia boca.

Disse mais: não vê problemas com a mobilidade urbana: também com todos batedores.

Agora surgiu mais um legado importante que a Copa do Mundo da FIFA vai deixar: as pendências econômicas com a cobrança pela FIFA do Brasil, por descumprimento de cláusulas do acordo.

Vai ser uma nova novala em cortes de arbitragem e justiça internacional.

A Copa da FIFA de 2014 vai terminar no tapetão.







quarta-feira, 23 de abril de 2014

Valcke e o rapa

Já contaram para o Valcke o que vem a ser "rápa". É bom, ele que é tão cioso com os seus partrocinadores entender o que é e como funciona.
É preciso ensinar a ele também o que é semi-. Ou "tipo".
Os estádios vão ser entregues à FIFA, em meados de maio semi-prontos. É a mesma coisa que tudo pronto, com pequeníssimas diferenças.
Mas dá para ter jogo e receber o público. Que pode passar sede e fome, com as lanchonetes funcionando mal, mas isso é detalhe. Usar o telefone celular, para tirar e mandar fotos instantâneas, nem pensar.
Vai ser tudo "tipo padrão FIFA". Principalmente os banheiros.

A preocupação maior da FIFA agora são as "fan-fest". Ela quer saber se as autoridades vão garantir a exclusão dos não credenciados nas proximidades. Ninguém, que não seja autorizado pela FIFA e page os direitos, poderá comercializar qualquer produto. 
As autoridades vão garantir que já baixaram a regulamentação e prometem "rigorosa" fiscalização. Vai organizar os "rápas", confiscando todos os produtos irregulares e detendo os contraventores.


Esses, com o receio de perder as suas mercadorias e serem até presos nem vão chegar perto, da mesma forma que os ambulantes não chegam perto da rua 25 de março, em São Paulo, ou nos arredores do Maracanã, em dias de jogos, no Rio de Janeiro. Tampouco irão às praias vender as rosquinhas. É o que espera a FIFA e é prometido a ela. E ela faz de conta que acredita. Já se habitou ao "jeitinho brasileiro".


Na realidade estarão todos presentes nos dias jogos, onde não deveriam ou poderiam estar com as suas mercadorias, inclusive imitações de produtos oficiais. E todos preparados para ouvir alguém avisar: "é o rapa"! Ou "olha do rápa!" Em poucos segundos todos terão desaparecidos. Alguns serão detidos, para efeito de demonstração, mas tudo na base do acerto. Logo em seguida estarão soltos e de volta aos locais. Os fiscais serão também sócios da FIFA, faturando com o evento. E os políticos, mirando as eleições de outubro, porque ambulante também é eleitor. Valcke não.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Dilma perde na opinião publicada

Durante a entre-safra eleitoral o domínio é da opinião publicada que toma conta do noticiário e faz parecer que ela é também a opinião pública toda. Somente as pesquisas de opinião trazem a tona a opinião não publicada, sempre sob suspeita de que ela está sendo manipulada.

As pesquisas de opinião, supostamente, refletem com a precisão estatística possível o estado da opinião pública. Neste, Dilma ganharia no primeiro turno, por conta do grande número de votos inválidos, somando os nulos com os em branco. 

O Data Folha fez uma tabulação considerando apenas aqueles que conhecer os candidatos. Os que conhecem os candidatos são preponderantemente da opinião publicada, somando-se uma parte da não publicada, em função da lembrança das eleições anteriores, que mesmo não acompanhando o noticiário conhecem a atual Presidente.

O resultado mostrado é oposto da pesquisa ampla. Haveria um empate no primeiro turno e num suposto segundo turno Dilma perderia para Aécio.

Dentro da opinião publicada Dilma não tem a maioria, mas essa continua acreditando que ela será eleita, pelos votos da opinião não publicada, seduzida pelos benefícios dos programas sociais.

Em função do chamado horário gratuito, a opinião publica já está razoavelmente convencida de que não determina a opinião não publicada. Mas ainda influi.

A opinião publica é minoria no conjunto da opinião pública e do eleitorado, mas a sua posição é fundamental para as estratégias, para as composições e para o financiamento da campanha.

Uma parte importante dos votos inválidos esta dentro dela. 

Embora os integrantes da opinião publicada não estejam a favor de Dilma, continuam acreditando que ela será eleita e não querem se arriscar a ficar abertamente contra ela. E os eventuais financiadores não querem recusar as solicitações da sua campanha.

O que acontecerá se as próximas pesquisas indicarem que a probabilidade dela ser derrotada ficarem evidentes?

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Macrometropole estendida

A cidade de São Paulo teve uma expansão acelerada nos anos cinquenta, por uma conjugação de fatores, entre esses a disponibilidade de água e de energia hidroelétrica, concentrando população e renda. 
A sua expansão territorial, de forma horizontalizada acabou envolvendo outros municipios, conurbando-os inicialmente numa região metropolitana. A continuidade da expansão forma a macro-metrópole paulista, que se estende em todas as direções.
Ao leste se conurba com cidades já do Estado do Rio de Janeiro. A região metropolitana do Paraiba do Sul, diferentemente das demais do Estado de São Paulo, é interestadual, envolvendo toda a bacia do Alto Paraiba, que chega até ..


O que os turistas norte-americanos virão fazer no Brasil durante a Copa?

Os norte-americanos serão o maior contingente de turistas estrangeiros vindo para a Copa. Até a penúltima informação da FIFA, com cerca de 2,5 milhões de ingressos vendidos, 154 mil eram de residentes nos EUA. Nessa última leva já teriam sido comercializados 126 mil, mas a FIFA não divulgou os países dos compradores. Considerando percentuais semelhantes às etapas anteriores, pode-se estimar em torno de 160 mil os ingressos adquiridos pelos norte-americanos. Pela média de jogos a serem acompanhados, a quantidade total de turistas estaria entre 40 a 60 mil. 

Surpresa, sim. Mas não tanto.

Os EUA são vistos como um país do beisebol ou do futebol americano, como jogos de campo dominando o interesse dos aficionados por esporte. O basquetebol seria o mais popular. O futebol que aqui conhecemos, denominado de soccer ainda seria um esporte menor. E o soccer feminino teria maior popularidade do que o masculino. A seleção feminina norte-americana já conquistou diversos títulos mundiais e seria o esporte preferido dentro dos colégios. O soccer seria um esporte menor com pouca cobertura pela mídia, o que gera a impressão de falta de interesse dos norte-americanos.

Pesquisa indicaria que 2/3 dos norte-americanos não se interessam e não vão acompanhar a Copa. Parece um dado negativo, mas não é. Visto pelo lado otimista da garrafa meio cheia, 1/3 poderiam se interessar e isso representa cerca de 100 milhões de habitantes. Dos quais grande parte com média e alta renda. 

Dentro desse universo, 60 mil são "peanuts": 0,06 %.

Mas o que faz com que esses 60 mil se disponham a vir ao Brasil para acompanhar a Copa? Seriam a  TV e a globalização. 

Provavelmente o maior interesse dos aficionados norteamericanos é pelo futebol europeu, não pelo soccer local, nem mesmo pelo sulamericano.

Alguns dos aficionados já estiveram na África do Sul e agora tem a oportunidade de acompanhar num país mais próximo os jogos das suas seleções preferidas, ou dos jogadores preferidos. Como Cristiano Ronaldo que joga na Espanha, mas virá ao Brasil pela seleção portuguesa. Ou Messi que jogará pela seleção argentina. 

Tanto o Brasil, como a Argentina, fortes candidatos à Copa, são seleções de jogadores europeus. 


Mas também há os fanáticos que acreditam que a seleção norte-americana superará o Grupo da Morte, no qual caíram na primeira fase, e conquistará a Copa. Seriam a torcida organizada da seleção norte-americana, com cerca de 18.000 integrantes, seguindo a equipe em todos os jogos. Viriam em aviões fretados. 

Embora a FIFA não tenha divulgada a distribuição dos ingressos adquiridos pelos norte-americanos por cidade ou por jogos, os indícios são de que a procura maior não é pelos jogos da seleção norte-americana. 

Como a FIFA só anuncia que os ingressos foram vendidos a residentes nos EUA, sem distinção da cidade e da nacionalidade é possível que muitos dos compradores sejam imigrantes, inclusive de brasileiros morando nos EUA. 

Até porque a primeira etapa foi por sorteio e muitos foram aquinhoados com ingressos em jogos menores, nos quais a procura e concorrência era menor. Segundo sítio da Prefeitura de Salvador, muitos norte-americanos ficaram com ingressos para o jogo Bósnia x Irã, na Fonte Nova, no dia 25 de junho e para o qual ainda estão sobrando ingressos. Ou seja, fora ser azareado, ninguém quer. Já os sortudos poderão ver Espanha x Holanda, em Salvador, no dia 13 de junho.

Em função da curiosidade de ver e acompanhar as seleções, uma grande parte dos norte-americanos poderá se limitar ao Nordeste Brasileiro. 

Nem todos ficarão a temporada toda. Uma parte virá somente para a fase dos grupos. Outra virá apenas para a fase dos "mata-mata". 

Uma outra hipótese levantada por colunistas norte-americanos seria o interesse de alguns turistas norte-americanos pelo turismo sexual. 

De toda forma haverá uma "invasão" norte-americana no Brasil, durante a Copa. 





What will American tourists do in Brazil during the World Cup?

The Americans will be the largest group of foreign tourists coming to the World Cup. According to the second to last information from FIFA, 2.5 million tickets had been sold of which 154 thousand were for U.S. residents. In the last batch over 126,000 tickets had been sold but FIFA did not disclose buyer’s countries.

Considering similar percentages in the previous ticket sales steps, it can be estimated at around 160,000 tickets purchased by Americans. By the average of the games to be accompanied, the total number of tourists would range between 40 to 60 thousand, each of these attending 3 to 4 games.

A surprise yes, but not that much.

The U.S. is seen as a country of baseball or football games dominating the field of interest of sport fans. Basketball would be the most popular sport. The football, which is played in Brazil and the most popular sport in the world, is called soccer in the USA. There it is still a minor sport, with poor coverage by the sports media. 

Research indicate that two thirds of Americans are not interested and will not accompany the Cup. Seems a negative fact, but it is not. Seen by the optimistic side of the glass half full, one third could be interested and it is about 100 million. The large majority with middle and high income, with sufficient means to pay for travel, accommodation, and even the expensive tickets, ranging from $ 90 to $ 175, reaching $ 1,000 in the final match. According to the OECD Americans are who spend more on sports events from their personal income.

         
Within this universe, 60,000 is just "peanuts": 0.06%

But what makes these 60 thousand be willing to come to Brazil to accompany the World Cup? Could it be the TV and the globalization? Probably the best interest of Americans fans is on European soccer, not by location, less still South American.
Some of the American fans have been in South Africa at World Cup 2010 where they were the largest contingent of foreign tourists, with 30,175 arrivals, about 10% of total tourists, even surpassing the African tourists number itself, far above the Brazilian that totaled 14,815 tourists, below the English ones which reached 22,802.
 Now they have the opportunity to follow the global event, in a close country, the matches of their favorite teams, or favorite players. How Cristiano Ronaldo plays in Spain, but will come to Brazil for the Portuguese national team. Or Messi who’ll play for the Argentina national team.

Both Brazil, like Argentina, strong Cup candidates, have selections of European players. 

But there are still fanatics who believe that the U.S. team will survive the “Group of Death”, in which US team is in the first phase, with Germany, Portugal and Ghana, and win the Cup. They’d be the organized fan club supporters of the U.S. national team, with about 18,000 members, following the team in every game, probably coming on chartered aircraft.

Although FIFA has not disclosed the distribution of tickets purchased by Americans by city or games, indications are that the increased demand for games is not to follow the U.S. team.
Since FIFA just announces that tickets were sold to U.S. residents, regardless of city and nationality, it is possible that many of the buyers are immigrants, including Brazilians living in the USA.


The first step of matches was established by draw and many were portioned with tickets for smaller games, where demand and competition was smaller. According to the website of the Municipality of Salvador, many Americans were left with tickets to the game Bosnia x Iran, in the Fonte Nova Stadium, on June 25 and for which tickets are still left.  What means that, on top of being unlucky, nobody will buy their tickets but at high discounts. The lucky ones although will see Spain vs Netherlands in Salvador on June 13.

In light of curiosity to see and track selections, a large proportion of Americans may be limited to the Brazilian Northeast.
Not everyone will stay the whole season. A part will only come to one or more phase of groups. Another will just come to the stage of The Grand Finale.

Another hypothesis raised by American columnists would be the interest of some American tourists by sex tourism.

Anyway there will be an “American Invasion” in Brazil during the Cup.


domingo, 20 de abril de 2014

As facções criminosas durante a Copa

O maior risco nas questões de segurança pública durante a Copa está nas eventuais ou prováveis ações das facções do crime organizado.
Rebelião do PCC em presídio
A facção mais importante é o PCC (Primeiro Comando da Capital) que além de dominar o crime organizado em São Paulo influencia outras facções pelo Brasil, com exceção do Rio de Janeiro. 
Nesse o conjunto das facções é mais relevante que o PCC, porém as diversas facções estão em conflito por disputas de espaços e poder dentro das comunidades/ favelas e enfrentam ainda a concorrência das milícias privadas.
PMs em favela no Rio de Janeiro
Dificilmente terão uma ação organizada em conjunto durante a Copa, mas a sua atuação esparsa poderá criar perturbações, principalmente em alguns locais e rotas pelas quais irão circular os turistas e as delegações.
Apesar do grande esforço e sucesso inicial, o fato real é que o Governo Estadual não conseguiu assumir o controle efetivo das comunidades, expulsando o tráfico e seus agentes. E passou a enfrentar a reação do tráfico, com o assassinato de policiais. 
A gravidade da situação está na perda do receio dos criminosos em enfrentar a polícia. 
Para assegurar a tranquilidade pública durante a Copa a cidade do Rio de Janeiro dependerá da presença maciça e ostensiva das Forças Armadas, à semelhança do que ocorreu durante a Rio 2000. 
A imagem externa da cidade poderá ficar comprometida, mas a sensação de segurança será maior. As ocorrências serão pontuais. 
Está "tudo controlado" ou "tudo sob controle".

Em São Paulo a situação é diferente em função de uma liderança inconteste de um bandido inteligente e violento que tem objetivos muitos claros: superar o Estado no poder sobre a segurança pública.

A sua estratégia, para a qual usa ou manipula os defensores dos direitos humanos e a mídia, é o de enfraquecer o Poder do Estado e "conscientizar" os criminosos que não devem ter medo da policia e devem enfrentá-los. 

Procura criar um ambiente fundamentalista em que eventuais prisões ou mortes são "danos colaterais" e os familiares dos soldados fiéis não ficarão desamparados. Em contrapartida os traidores serão perseguidos até a última geração. É a antiga, mas presente, dominação pelo medo.

Esse medo é também transmitida às autoridades públicas, incluindo membros da magistratura.

A sua estratégia durante a Copa é aproveitar as disputas e vaidades políticas e os desvios de atenção das autoridades policiais para promover ataques "pipocas" com o objetivo de desmoralizar a Segurança Pública Estadual.

O primeiro elemento da estratégia é trabalhar com a suposição, a mais provável, de que o Governo do Estado não vai aceitar a sugestão do Governo Federal de colocar tropas das Forças Armadas para reforçar a capacidade policial. Assumem que o Governo Estadual só  vai aceitar a colaboração nas atividades de inteligência, sem a presença ostensiva das tropas, como no Rio de Janeiro. Por questões de orgulho e de supostos impactos eleitorais. 
O Governo Alckmin não quer deixar flanco para o PT acusar o seu Governo de incompetente e que precisou do socorro federal.

Se o Governo Estadual pretender cuidar da segurança pública apenas com os seus efeitos militares e civis, a estratégia dependerá do desvio de atenção com as demais ameaças. O PCC, provavelmente contava com a continuidade das manifestações de ruas e a ação dos black-blocs para dividir os esforços e recursos policiais. Essa ameaça está - aparentemente - contida, mas uma eventual redução dos contingentes para monitorar e atuar, se necessário, nas manifestações de rua poderão faze-las recrudescer. E não pode ser descartada a hipótese do PCC recrutar black-blocs ou colocar alguns dos seus soldados disfarçados como tal para provocar desordens e manter a atenção policial.

Dentro de uma perspectiva beligerante as táticas envolverão ações criminosas para a provocação da policia, levar a prisões e homicídios, nas comunidades pobres e gerar a reação da população. A reação dessa será logo a de queimar ônibus o que envolve também objetivos econômicos. Em grande parte da Região Metropolitana de São Paulo, os serviços de vans são dominadas pelo PCC. 

O objetivo fundamental é demonstrar aos criminosos a incapacidade do Estado em controlar a criminalidade e que eles não devem ter medo da polícia. Devem enfrentá-la, sem medo de revide ou retaliação. 

Perdas ou baixas são danos colaterais das batalhas: "guerra é guerra". 


sábado, 19 de abril de 2014

Um plano de voo para o Aerodilma

O avião de Dilma vem perdendo altura, num ambiente de turbulências e com um céu mais instável pela frente.
Não está em queda livre, como gostariam os seus opositores, mas ela precisa estabilizar a sua aeronave e tentar arremeter para reconquistar a altura, para um voo mais tranquilo e seguro.
Tem que buscar, urgentemente, um novo plano de voo, com apoio do seu mentor e do seu oráculo. O que eles tem sugerido não tem impedido a continuidade da queda: lenta, mas persistente. O principal palpite deles é que ela deve aparecer, se mostrar. E sugerem comportamentos que fazem com que a mídia repique a sua presença, mantendo elevada a sua visibilidade perante a sociedade.

O que não lhe tem faltando é visibilidade na mídia. Está inaugurando tudo o que pode, e aproveita a oportunidade para provocar ou revidar. Não tem deixado passar nada "bateu, levou". A mídia adora e ela tem uma aparição maior que seu adversário que bateu. Ela é a lutadora principal. O oponente é sempre tratado como um desafiante menor. Porém o contragolpe é revidado com um contra-contragolpe. Numa luta direta, continuar na defensiva, continuar apanhando e encontrar uma brecha para dar o contragolpe fatal pode ser uma estratégia eficaz. Sair para o ataque pode deixar uma abertura desguarnecida para o golpe fatal do adversário e levá-la ao nocaute. Por enquanto está perdendo por pontos. Mesmo reagindo está na defensiva, sem condições de reassumir a ofensiva. 

A visibilidade na mídia e o "bateu-levou" não tem impedido a continuidade das perdas. O Aerodilma continua baixando e não há indícios no horizonte próximo de condições para a arremetida vitoriosa.

A Copa, na sua dimensão fora do campo, é altamente negativa, com divergências dentro da sua equipe, pelo que contam os jornalistas. Aldo Rebelo quer insistir na importância do legado. João Santana seria contra, porque por maior ou melhor que seja a campanha para enfatizar os pontos positivos, o que a sociedade já "comprou" e não tende a mudar são os pontos negativos. 

Basear-se nos legados é um grande risco. O impacto efetivo sobre o PIB de 2014 será negativo. A geração de postos de trabalho, com a conclusão das obras e a realização do evento resultará numa grande massa de ex-empregados que poderá ser tornar em elevado desemprego. Não há grandes perspectivas de absorver os milhares de trabalhadores que serão demitidos ou dispensados pós-Copa.  E não adiantará suspender as pesquisas do IBGE. 
A maioria dos estádios irá se transformar em "elefante branco" com públicos e rendas pífias, quando começar a ser usada no Brasileirão. O grande legado será de dívidas. Serão pelo menos dois meses de uso efetivo dos estádios, antes das eleições. Os dados serão reais e não mais previsões ou expectativas.

Fazer uma campanha pró-Copa baseada nos legados será mais "um tiro no pé". João Santana tem razão, mas não será fácil convencer o empedernido comunista. 

Na dimensão campo, ela terá que torcer - como todos nós - para o Brasil ser campeão. Mas para os torcedores e para a sociedade valerá a avaliação tradicional dos resultados do futebol. Se o Brasil ganhar o mérito será dos jogadores, e em segundo lugar do técnico. Se o Brasil perder, a culpa será do Governo (embora não o seja) e depois do técnico e dos cartolas. Os jogadores irão se safar, com exceção de Neymar. Se o Brasil perder, ele será crucificado, com ou sem razão. E Dilma perde junto com o Brasil. Se o Brasil ganhar, ela fica na mesma. O aerodilma continuará perdendo altura. 
Se o Brasil ganhar o outro risco dela é a subida do aerolula. O ex-presidente é visto pelo povo como o responsável por trazer a Copa para ser disputada em casa, com o "fator torcida". Dificilmente irá concorrer, mas criará mais turbulências.

Segundo os jornais o conselho de Lula é que ela deve enfatizar os grandes programas ou realizações do governo. O que tem feito. O problema é que o PAC está atrasado e o lançamento do PAC 3 vai ajudar os Prefeitos, mas com pouca repercussão sobre os eleitores. O efeito será uma percepção maior da incompetência gerencial, pela opinião publicada.  Mais promessas para não serem cumpridas. Será mais um "tiro no pé". 

O PRONATEC é um bom programa, mas eleitoralmente tem pouco efeito, alcançado uma parcela pequena dos eleitores que tem necessidades e urgências maiores. e em São Paulo, o maior colégio eleitoral tem a concorrência das FATECs/ETECs e do SENAI. O que os seus consultores acreditam e ela aparentemente concorda no seu simbolismo: é a grande oportunidade para a efetivação das esperanças. Uma vida melhor para os jovens deve ser conquistada com esforço próprio e cabe ao Governo oferecer as oportunidades. É correto, mas pouco funciona - felizmente - como ação eleitoreira.

O seu melhor programa eleitoral é o "Mais médicos", apesar dos problemas com os médicos cubanos. Tem uma grande repercussão eleitoral, também apesar da descrença da classe média e da classe médica brasileira. O seu problema é que reforça a preferência dos eleitores que são os mesmos beneficiados do bolsa família e outros programas sociais. O acréscimo será pequeno. Pode sustentar o aerodilma na altura em que está, mas não lhe dá condições de arremeter e subir para outro patamar.

Ela precisaria convencer os descrentes de que o Mais Médicos resolve a necessidade de expectativa de saúde da maioria da população brasileira. Não resolve os problemas crônicos da saúde pública brasileira, mas apenas a expectativa. É uma grande ação de marketing. 

Sustentada por ações de marketing, sob realidades adversas, corre o risco de saturação das mensagens, com o excesso de visibilidade. 

O seu plano de voo requer elementos novos. Não pode ser DilMais do Mesmo.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Uma grande mudança

A corrupção no setor público não vai acabar, mas seguramente está sofrendo um grande baque, com o caso André Vargas.
O mais importante não é o que ele fez, o que ele tentou explicar e a sua licença temporária. Vai ter que renunciar antes de ser cassado e  se retirar da vida pública. Esse será a sua maior punição. Conviver na sociedade como um "cão leproso", rejeitado por todos: principalmente pelos ex-amigos e pelos ex-companheiros.
Ser preso seria até um alívio, mas a sua alternativa é se refugiar num mosteiro isolado.

O mais importante é o seu lamento de ter e sentir-se abandonado.  Principalmente pelo líder maior: o Lula. Não há solidariedade com os caídos. 

As suas lástimas confirmam um novo paradigma, que já existe nos países desenvolvidos e que contém a corrupção. 

O corrupto não pode ser pego. Se for pego está frito. 

Ele ainda resiste, mas terá que acabar renunciando. Por pressão dos companheiros. E instado a apagar fotos, como essa logo acima. 

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Moradia e trabalho no mesmo imóvel

"Apertado" ontem na entrevista no programa Urban View sobre a solução para aproximar a moradia do trabalho e vice-versa, reemergiu uma velha ideia, sepultada na memória, da casa-trabalho. À mais de quarenta anos,  propus a ideia, cheguei a participar de algumas tentativas de implantação, mas acabou sendo inviabilizada pelas restrições da legislação do trabalho. Diversamente de outras idéias que abandonei e outros as desenvolveram e colocaram em prática, essa - infelizmente - não prosperou.

Vou aproveitar para registrar aqui a idéia, antes que ela seja soterrada novamente. 

O foco da ideia é que as pessoas de baixa renda, trabalhem e gerem renda na sua própria moradia. A partir dessa idéia os projetos habitacionais da então casa popular, hoje, habitação de interesse social, ou faixa 1 do MCMV não se destinasse exclusivamente à moradia, mas fosse projetada como casa-trabalho: a casa da doceira, a casa da costureira, a casa do marceneiro, a casa do lojista, etc. etc.

A casa da doceira deveria ter um espaço de cozinha maior, a da costureira a sala para a costura e para o estoque, a loja na frente e a moradia aos fundos, etc. etc.

As casas deveriam ser individuais e não em edifícios e coletivos e com área de terreno para expansão.

A concepção é da formação de núcleos de moradia-renda e não exclusivamente de moradia. Esta é uma solução que ocorre muita na realidade, porém de forma clandestina e irregular. 

A idéia sofreu duas grandes restrições: a primeira dos gestores dos programas habitacionais, sob a alegação de que isso encareceria o investimento no imóvel e tornaria inviável a sua aquisição pela baixa renda. A minha contraproposta era o subsídio direto, que não era aceito. Hoje as coisas mudaram com o MCMV, o Governo Federal admitiu o subsídio e em São Paulo é complementado pelo Governo Estadual.

Ademais como - em geral - os programas são dominados pelos arquitetos são dominados pela ideologia da separação entre o morar e o trabalhar.  É uma perspectiva "pequeno burguesa" da maioria dos arquitetos que são de classe média e tem uma visão assistencialista e romântica sobre como os pobres devem morar. Isso também está mudando, diante da realidade das cidades dormitórios.  Hoje muitos são contra elas, mas grande parte resultaram de projetos habitacionais públicos.

Os projetos da moradia popular continuam sendo planejados e projetos para serem "cidades dormitórios".  
Precisam mudar para a instalação de núcleos de moradia-renda.

Porém mesmo sem o projeto da casa-trabalho  muitas pessoas se adaptaram para a sua viabilização, contrariando a regulação pública urbana, mas não conseguiram superar as ações do Ministério Público do Trabalho. 

Ao trabalhar com o micro-crédito uma das propostas foi viabilizar o modelo da facção na produção de vestuários, principalmente do jeans, então entrando forte do mercado. Estive na Itália para ver, na prática, como a coisa funcionava.

Uma das idéias era simples. A costureira ganhava uma máquina de costura e um treinamento básico. A partir dai ela recebia um lote de calças cortadas, trazida por uma kombi, ou similar, e fazia a costura final, incluindo a colocação dos bolsos e até as etiquetas. A mesma kombi passava pela comunidade, entregando um novo lote e recolhendo as calças prontas. 

O designs, a escolha do material, o corte eram da fabricante, com alto nível de automação e ganhos de escala. O acabamento que era artesanal era distribuido entre as faccionistas.

É uma saída de trabalho e renda para muitas moradoras das comunidades pobres, mas é caracterizada como "trabalho similar à escravidão". Alguns grandes empresas foram punidas por essa prática e impedidas de dar continuidade. O resultado é que elas ficaram sem o trabalho e sem a renda. Para sobreviver são obrigados a buscar o trabalho em locais distantes da sua moradia, contribuindo para a piora da mobilidade urbana. 

Não havia como esconder a realidade. Eram (e ainda são), em geral, trabalho degradante, com exploração econômica.
Por ser um trabalho autônomo é natural o excesso de horas para cumprir a produção no tempo determinado. Ou melhor do calendário, com a programação da passagem da kombi, para recolher a produção pronta.

É uma saída, mas irregular. Seria possivel manter a solução, superando as irregularidades e aproximar o trabalho junto à moradia?

Fica o registro, como desafio.


Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...