sexta-feira, 28 de março de 2014

Cenário conspiratório da CPMI da Petrobras

A oposição quer uma CPI para investigar as compra da refinaria de petróleo em Pasadena, no Texas, EUA. A sociedade apoia. A base aliada está dividida e rebelde. 
Então qual e a reação e a estratégia do Planalto? 
Deixar "rolar" a CPI e transformar o limão numa limonada. O Governo controla a CPI, indicando o Presidente e o Relator.
A mídia criou a versão, aceita de forma generalizada, de que Dilma, então Presidente do Conselho de Administração da Petrobras, aprovou uma compra ruim, pagando um valor excessivo, pela refinaria, adquirida pouco tempo atrás pelo vendedor por um preço muito menor. E que, agora vale muito menos do que o preço da compra.

A estratégia envolve 4 pontos e 3 fases:
1 - mostrar à sociedade que a operação de compra, nos termos em que foi conhecida e aprovada, era boa, conforme das circunstâncias daquele momento e previsões do mercado;
2 - as cláusulas de "put option"  e "marlim" não foram mostradas pelos dirigentes que conduziram a operação, por conta de uma "conspiração" dos diretores apoiados pelos políticos;
3 - a operação tornou-se desastrosa em função da imposição judicial pelo cumprimento das cláusulas contratuais, contra as quais Dilma, se opôs a cumprir na fase administrativa;
4 - o valor menor atual decorre de mudanças no mercado de petróleo, como consequência da crise financeira internacional, um cenário considerado improvável, por ocasião do negócio inicial.

A CPI seria então a oportunidade, conduzida pelos delegados do Planalto, para demostrar à sociedade e à mídia que:
1. Dilma agiu com absoluta lisura e foi vítima de uma conspiração de diretores indicados e avalizados por políticos da base aliada;
2. Os diretores não foram punidos anteriormente porque a conspiração só transpirou agora e, mesmo assim sem as provas contundentes que daria suporte a demissões por justa causa;
3. Dilma vai aproveitar a oportunidade para fazer uma "faxina" e avisar aos políticos de que a Petrobrás não pode ser objeto de loteamento, que ficará restrita a outros cargos de estatais ou da administração direta menos sujeitos à escândalos midiáticos.

Fazendo prevalecer essa versão, ainda que a contragosto da mídia independente e fortemente patrocinada na mídia "chapa branca" Dilma retomaria perante o eleitorado a imagem da "faxineira", desmontando o "loteamento político". Melhoria ainda a imagem da Petrobras perante os investidores, por eliminar ou minimizar a ingerência política.  Isto, supostamente, já estaria ocorrendo.

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