quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Um novo e (in)feliz ano

Mais um ano começa, cheio de esperanças e também de preocupações e de ansiedade.
Além das questões persistentes e repetitivas, 2014 tem programado uma situação excepcional: a realização no Brasil da Copa do Mundo de Futebol.
Embora um evento privado, nada há de mais público no Brasil do que a Copa, gerando uma ansiedade nacional: conseguirá o Brasil conquistar a Copa, dentro do Maracanã? Torcida não falta, mas há condições reais ou apenas desejo?
Condições reais existem, mas com perda de brasilidade. Para vencer a Copa, a seleção brasileira terá que jogar não o futebol do Brasil, mas o futebol europeu, bem planejado estrategicamente e bem disciplinado. Nada de improvisações, de genialidade individual. Para vencer não poderá se valer do futebol de Garrincha ou de Ronaldinho Gaucho. Terá que ser com uma seleção do Felipão, com jogadores europeus, que nasceram no Brasil. E além dos europeus natos o grande concorrente é outra seleção européia com nascidos no continente: "los hermanos".

Conseguirá o Brasil organizar bem a Copa? "Imagine na Copa!" Essa grande questão terá que ser resolvida concretamente em junho e julho. As perspectivas são de um bela organização da Copa, como evento esportivo privado. Mas com grande aporte de recursos públicos. 
Já o resto... O problema maior será dos aeroportos, mas inevitável, pelo pico de demanda, concentrado em poucos dias. Mas poderá ser não tão grave, porque todos os demais que não estarão se movimentando para a Copa, adiarão as suas viagens. O risco maior é que o Brasil "pare" durante a Copa. Não a sua organização.

Haverá manifestações populares nas ruas? Certamente. O brasileiro torce pela sua seleção, tem esperanças da vitória na competição, mas muitos não aceitam os gastos que vem sendo feitos para sediar os jogos e, a subserviência às exigências da FIFA. 

Há, principalmente entre os jovens, a visão de que o Brasil está cedendo ao "padrão FIFA" em detrimento aos padrões SUS, dos ônibus urbanos e outros, conhecidamente precários. O inconformismo com essa distorção de prioridades levará a inevitável revolta, com as manifestações de rua. E os "black blocs" aliados aos mais violentos integrantes de torcidas organizadas, impedidos de entrar nos estádios, querem gastar a energia contida.

O inconformismo é mais amplo, mas os temas corrupção, educação, saude e outros são difusos. Diante das manifestações de junho de 2013, as respostas das autoridade foram mais de promessas do que efetivas. A Copa é um elemento objetivo. Dificilmente se conseguirá evitar a ação de uma minoria indignada, com capacidade de contaminar massas de pessoas.

Esperança, ansiedade e preocupação serão as grandes marcas do primeiro semestre de 2014. Iniciado o segundo semestre a questão será outra: as eleições gerais em outubro, com a previsão de uma grande disputa.

Enquanto o "seu lobo não vem" tenham todos um Feliz Ano Novo.


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