quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Tirando a máscara

O resultado intermediário da desastrada ação dos deputados no caso da não cassação de Natal Donadon foi o esperado. Tiraram da gaveta a PEC do fim da votação secreta e a aprovaram por unanimidade, mas com algumas ausências significativas.
Nenhum dos deputados presentes quis se arriscar a ter que explicar aos seus eleitores que teriam votado contra. Com a unanimidade todos os presentes estão salvos. Já os ausentes dificilmente voltarão ao Congresso em 2015, mesmo um Maluf, campeão de votos, com um eleitorado fiel suficiente para elegê-lo apesar de toda contestação. O risco é que ele seja escolhido como o grande judas a ser malhado e se esqueçam dos outros.
A PEC já havia sido aprovada em primeira votação em 2006, sendo a de ontem a segunda, sendo pois encaminhada ao Senado, onde haverá novas tentativas de postergação. Os senadores vão avaliar a repercussão dos movimentos programados para o dia 7 de setembro.
2/3 dos senadores não terão que enfrentar as urnas em 2014. Tentarão postergar a votação da PEC, contando com as manobras do seu atual Presidente Renan Calheiros.
Só a pressão popular fará com que eles acelerem a votação.
A avaliação dos Senadores é sobre os riscos do "pacote" de restruturação do Senado que envolve ainda duas medidas: a redução do número de senadores, para 2 por Estado, como antes da manobra da ditadura militar e a eliminação da figura do suplente.
Poderão tentar "vender caro" o fim do voto secreto, para preservar os dois itens adicionais. O risco é que a reação popular leve à aprovação do pacote.
A mobilização da sociedade para e no dia 7 será fundamental para a avaliação dos senadores. Se o fim do voto secreto, redução do número de senadores e fim dos suplentes sem voto estiverem explicitamente na pauta dos movimentos os Senadores se sentirão acuados. Se as reivindicações forem genérica, como reforma política ou a mobilização for pequena, Renan se sentirá em condições de postergar a votação.
Só que depois de 7 de setembro haverá o 15 de novembro ou datas intermediárias.
Para o Povo quem "salvou" Donadon foi o Congresso, pois assim a mídia noticiou. Uma parte fez a sua lição de casa. O Povo agora irá cobrar da outra parte. O Senado será um dos principais alvos.
O mais provável é que vote logo em primeiro turno e aguarde o som das ruas, para votar ou não em segundo turno.

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